Prefácio à 1ª edição

AutorMaria Cecília Máximo Teodoro
Ocupação do AutorPós-Doutora em Direito do Trabalho pela Universidade de Castilla-La Mancha com bolsa de pesquisa da CAPES
Páginas13-16

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Certa ocasião, indagado a respeito de sua escassa produção literária dada à publicidade, um poeta já falecido e que teve um livro publicado à sua revelia pela José Olympio Editora, lá pelos idos de 1950, disse que se deve sempre ter mais cuidado em publicar do que escrever. Essa regra de prudência foi seguida à risca pela Professora Maria Cecília Máximo Teodoro, que, em momento mais do que oportuno, não deixou que a sua dissertação de mestrado permanecesse praticamente oculta, ou seja, restrita à biblioteca, assim como aos registros e aos acervos da pós-graduação da PUC-MINAS, onde obteve o título de mestra com a nota máxima – 100 – e resolveu, com esmerado cuidado e capricho intelectual, brindar os estudiosos de Direito do Trabalho com a presente obra, sob o respeitado selo da LTr.

A formação acadêmica e a trajetória profissional desta jovem doutrinadora justificam, simultaneamente, a publicação e a leitura deste magnífico livro, que é fruto de uma pesquisa séria, madura, prolongada e profunda a respeito de tema extremamente atual, importante e polêmico.

Alquimista da palavra, edificadora de ideias e de ideais, a autora soube conci-liar o que parecia inconciliável: o princípio da adequação setorial negociada com a teoria do conglobamento, tendo como pano de fundo a negociação coletiva, isto é, a autonomia privada coletiva.

Em tempos de globalização, de globocolonização e de neoliberalismo, qualquer estudioso do Direito do Trabalho, desde os alunos dos bancos acadêmicos até aos mais renomados profissionais – professores, advogados e juízes – todos sabem que a autora se enveredou por um campo verdadeiramente minado.

Na atualidade, tudo parece conspirar contra o Direito do Trabalho. É como se fosse preciso fazê-lo transpirar para emagrecer, para queimar as suas gorduras protetoras. Pequeno exemplo: os sindicatos profissionais, apesar do perfil coletivo, concebidos que são pelas respectivas categorias, estão fracos e com minguado poder de barganha. Lutam para manter o pouco que ainda sobrou do que conquistaram nos anos dourados, inclusive quando o Presidente Lula era um dos grandes e mais atuantes líderes do sindicalismo brasileiro. Hoje, ao contrário do que ocorria naquela época, os sindicatos quase não organizam mais greve, que tem ficado pra-

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ticamente restrita ao serviço público, embora o Estado teime em não discipliná-la para essa espécie de trabalhadores. Mas isso é outro problema. Ainda bem que os fatos continuam se...

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