Prefácio

AutorFernando Galvão da Rocha
Ocupação do AutorProfessor Associado da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais
Páginas11-16
O processo de apropriação dos recursos naturais, em especial da energia,
sempre esteve intimamente ligado ao nosso fluxo civilizatório. No início
de sua história, o homem sobreviveu da coleta dos alimentos disponíveis
na natureza. O progresso da civilização foi impulsionado inicialmente pela
energia obtida do sol, da força dos animais, das águas e dos ventos. Com
o aproveitamento controlado da energia proveniente do sol, por meio da
agricultura e da pecuária, a humanidade inaugurou o sistema de produção
agrícola. O modelo extrativista dos recursos naturais cedeu lugar ao projeto
de geração de alimentos, que utilizou cada vez mais os recursos mecâ-
nicos para ampliar a produção e reduzir os seus custos. A possibilidade
de controle da produção de alimentos trouxe importantes repercussões
para organização da vida social, como a divisão do trabalho, o comércio
dos excedentes da produção e a disputa por territórios mais produtivos. A
energia proveniente do sol acabou se tornando a mola propulsora do desen-
volvimento industrial e também da vida social até meados do século XVIII.
O aproveitamento da energia térmica, no entanto, tomou novos
rumos. O calor proveniente do uso do carvão passou a movimentar os
motores a vapor e possibilitou a primeira revolução industrial da história
da humanidade. As primeiras máquinas térmicas com motores a vapor
foram construídas na Inglaterra, ainda no século XVIII, para retirar a água
acumulada nas minas de ferro e de carvão. Posteriormente, o emprego
diversificado dessas máquinas na indústria e nos transportes possibilitou
um significativo incremento na produção de mercadorias e no estilo de vida
das pessoas. A associação das maquinas térmicas com os teares repercutiu
em aumento da produção de tecidos, um dos aspectos mais marcantes da
primeira revolução industrial. A atividade produtiva, antes baseada no
trabalho manual e artesanal (manufatura), passou a fundamentar-se no
trabalho mecânico (maquinofatura). Os artesãos se transformaram em
operários e perderam o controle sobre o processo de produção. As fábricas
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