Prefácio

AutorVladmir Oliveira da Silveira
Ocupação do AutorPresidente do CONPEDI
Páginas7-12
prefácio
Foi com imensa alegria que recebi o convite para prefaciar esta exce-
lente obra da Editora Letras Jurídicas, coordenada pelo competente profes-
sor Rubens Beçak. A honra em apresentar a coletânea é redobrada na medida
em que tenho acompanhado atentamente o amadurecimento dos debates e o
evidente aumento de qualidade dos trabalhos, tanto desse quanto dos demais
grupos de trabalho (GT) do CONPEDI. Este livro oferece uma abordagem
necessária sobre hermenêutica jurídica não como um pomposo verbete
acadêmico, mas como instrumento dinâmico de efetivação do Direito, rea-
lista e viabilizador dos anseios de uma sociedade que espera de seu suporte
normativo o veículo da Justiça.
Os trabalhos aqui compilados abordam o tema sob ângulos distintos
e analisam peculiaridades variadas, mas não se afastam de uma perspectiva
comum a todos os textos: a de que a hermenêutica é o exercício servil do di-
reito à dignidade do homem numa sociedade pós-positivista.
A sociedade e a comunidade acadêmica esperam de seus estudiosos tal
viés ao abordar um tema de tamanha magnitude, e certamente esta coletânea
alcança o objetivo ao deslindar os contornos menos evidentes da interpreta-
ção da lei e da Constituição. Acima de tudo, aponta que a funcionalidade do
Direito para a sociedade não admite exercícios teóricos inócuos.
Com efeito, na qualidade de Presidente da CONPEDI, tenho o pra-
zer de apresentar ao leitor vários textos sobre a hermenêutica – ou seja, sobre
a explicação da presença, importância, impotência e impositividade do Di-
reito sobre a vida do homem.
O primeiro texto – “Direito achado na rua: reflexões para uma her-
menêutica crítica”, de Alexandre Bernardino Costa e Vívian Alves de Assis
– consiste numa análise sobre como estabelecer parâmetros interpretativos
que permitam uma fundamentação de decisões jurídicas mais consistentes e
coerentes, buscando compatibilizar-se as pretensões teórico-políticas da cor-
rente O Direito Achado na Rua e a análise da concepção de Direito e herme-
nêutica correspondente, de maneira a digredir sobre o direito oficial e “outros
modos de conhecer e aplicar as regras jurídicas” – como no dizer de Canotilho,
além de se analisar o direito em uma realidade complexa que é parte de um
processo histórico peculiar e avançado.
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