Prefácio

AutorPaulo de Barros Carvalho
Ocupação do AutorProfessor Emérito e Titular de Direito Tributário da PUC/SP e da USP
Páginas15-18
XV
PREFÁCIO
Tenho afirmado, reiteradamente, que interpretar o di-
reito consiste em conhecê-lo, atribuindo valores aos sím-
bolos, isto é, adjudicando-lhes significações e, por meio
dessas, fazer referência aos objetos do mundo, na linha
dos ensinamentos de Lourival Vilanova. A interpretação
pressupõe o trabalho penoso de enfrentar o percurso ge-
rador de sentido, fazendo com que o texto possa dialogar
com outros textos, no caminho da intertextualidade, onde
se instala a conversação das mensagens com outras men-
sagens, passadas, presentes e futuras, numa trajetória sem
fim, expressão da inesgotabilidade.
Esses são os pontos que suportam o trabalho interpre-
tativo, como axiomas da interpretação: intertextualidade e
inesgotabilidade. Quanto ao primeiro deles, convém regis-
trar que os textos, assim que inseridos no sistema, iniciam a
conversação com outros conteúdos, intras-sistêmicos e ex-
trassistêmicos, num denso intercâmbio de comunicações.
Normas de lei ordinária dialogando com escritos constitu-
cionais, com outras regras já revogadas, com dispositivos
insertos em atos normativos infralegais, além das conver-
sações que se instalam com mensagens advindas dos mais
diversos setores do direito posto. Com o advento da lei
nova, institui-se complexa e extensa rede de comunicações
jurídicas e extrajurídicas, repito, perfazendo o universo

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