Prefácio

AutorNewton Teixeira Carvalho
Ocupação do AutorEspecialista em Direito de Empresa pela Fundação Dom Cabral. Mestre em Direito Processual Civil pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Doutor em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Pós-Doutorando em Docência e Investigação pelo Instituto de Educação Superior Latinoamaericano ? IESLA. Desembargador do...
PáginasIX-XI
PREFÁCIO
É com prazer que recebi o convite para prefaciar esta obra: “Mediação Judicial:
Ensaios sobre uma experiência.”, formulado pelos doutrinadores deste livro e
considerando que vários deles são responsáveis pela introdução e pela evolução
da mediação no Poder Judiciário do Estado de Minas Gerais.
Evidentemente que, cienticamente se o livro é rotulado de “Mediação
Judicial: Ensaios sobre uma experiência”, não podemos perder de vista, para
compreender esta evolução, o início da mediação em Minas Gerais, já que o su-
cesso de hoje é antes de tudo fruto daquele pioneirismo do passado. Da coragem
daquelas pessoas que acreditaram que a mediação era uma proposta excelente
e que não poderia ser desprezada. Urgia ser implementada o mais rapidamente
possível nas Alterosas.
A diculdade encontrada, pelo grupo, foi o conservadorismo reinante no
mundo jurídico. Pensamos muito. O novo é algo de desconança. Depois, existe
também o ciúme, o querer que um determinado “saber” prevaleça sobre o outro.
Porém, é a soma dos diversos saberes que contribuem para o desenvolvimento da
humanidade, a exemplo deste livro, que tem a participação de psicólogos, assis-
tentes sociais, juristas etc. A teoria pura do direito, na verdade, foi um retrocesso,
que me perdoe Kelsen.
Assim foi que o grupo reuniu no IBDFAM/MG, por 06 (seis) meses, semanal-
mente, com o escopo de estudar mediação, discutindo teorias, ouvindo propostas.
Cessada esta fase teórica necessária era passar à prática. E, neste momento, um
obstáculo: não havia qualquer regulamentação a respeito do assunto. O Conselho
Nacional de Justiça ainda não tinha despertado cabalmente para a necessidade de
conciliação no Judiciário. O TJMG também não. Alguns juízes eram contra tal
proposta. A disputa e a cultura belicosa era marca inerente do processo.
Entretanto, o grupo, corajoso e visionário, queria colocar em prática a media-
ção, de imediato. Entendia que era mais uma ferramenta posta à disposição da
Justiça, para resolver inúmeras questões, principalmente nas Varas de Famílias,
que existiam (e ainda existem) vários autos de processos tramitando anos e anos e
que a solução, via sentença, nem sempre era e é a mais adequada.
Book-Mediação Judicial-ensaios sobre uma experiencia.indb 9 02/03/19 13:13

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