Racismo Institucional, Branquidade e Sistema Judicial

AutorDina Alves, Tiago Vinícius André dos Santos, Evandro Piza Duarte
CargoPontifícia Universidade Católica de São Paulo - Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul - Universidade de Brasília
Revista Direito.UnB | Maio– Agosto, 2021, V. 05, N. 02 | ISSN 2357-8009 | p. 16-20Revista Direito.UnB | Maio– Agosto, 2021, V. 05, N. 02 | ISSN 2357-8009 | p. 16-20
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PREFÁCIO
ez Lopes
Racismo Institucional, Branquidade e Sistema Judicial
O presente dossiê pretende dar visibilidade a pesquisas e ensaios teóricos
que contenham descrição e análise dos arranjos coletivos de nossas instituições,
políticas e práticas do sistema de justiça, especialmente marcadas por padrões
discriminatórios. Apresenta textos que consideram as dinâmicas do racismo
institucional e da branquitude, tanto na produção de padrões de exclusão
quanto na produção de privilégios, considerando a interação de aspectos como
gênero, identidade de gênero, orientação sexual, classe e grupo etário. Debater
o sistema de justiça implica articular essas interações múltiplas, experimentadas
por diferentes sujeitos na sociedade e, da mesma forma, implica compreender as
relações de poder que as definem.
As reflexões centrais deste dossiê estão articuladas com a seguinte questão:
quais as possibilidades reais em desvendar o racismo no sistema de justiça numa
sociedade marcada pelo mito da democracia racial e que, ao mesmo tempo,
reproduz hierarquias raciais?
Pesquisar a branquitude significa compreender muito mais que a cor da pele
dos sujeitos que administram a justiça. Implica em desvendar uma construção
sócio-histórica que tem relação umbilical com a escravidão, as lutas por direitos,
o pós-abolição e a articulação da ideia de superioridade racial branca com a
construção de lugares e privilégios, simbólicos e materiais, em relação aos negros
e indígenas na sociedade. Então isso nos mostra que os códigos do racismo, muitas
vezes não revelados, operam e buscam estratégias eficazes que retroalimentam
o “bom” funcionamento da justiça, naturalizando as violências que ele mesmo
produz.
Ir além da descrição da composição demográfica do poder, é desvendar o
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