Reforma psiquiátrica e a dependência brasileira: entre o arcaico e o moderno

AutorDaniel Figueiredo de Almeida Alves, Áquilas Mendes, Leonardo Carnut, Oziris Simões
Páginas167-179
165DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1982-02592020v23n1p165
R. Katál., Florianópolis, v. 23, n. 1, p. 165-179, jan./abr. 2020 ISSN 1982-0259
Reforma Psiquiátrica e a Dependência Brasileira:
entre o arcaico e o moderno
Daniel Figueiredo de Almeida Alves1
https://orcid.org/0000-0003-0080-1919
Oziris Simões2
https://orcid.org/0000-0002-1608-0469
ESPAÇO TEMA LIVRE
Recebido em 30.06.2019. Aprovado em 17.09.2019. Revisado em 01.10.2009.
Reforma psiquiátrica e a dependência brasileira: entre o arcaico e o moderno
Resumo: No presente estudo, foram realizadas algumas aproximações da Política de Saúde Mental, como pressuposto da Reforma
Psiquiátrica Brasileira (RPB), à luz da Teoria Marxista da Dependência (TMD), com o objetivo de analisar as implicações assistenciais
e epidemiológicas desse movimento atrelado à totalidade do processo de acumulação capitalista. Com este intuito, foi abordado do ponto
de vista histórico-descritivo os dados de saúde mental na cidade de São Paulo entre 2008 e 2017, promovendo uma análise qualitativa por
meio do materialismo histórico-dialético. Demonstrou-se que a RPB é incompleta e hibridiza com diferentes perspectivas de saúde, o
que foi constatado pela permanência de características asilares (o arcaico) em conjunto com serviços de caráter substitutivo (o moderno).
Dessa maneira, explicita-se a contradição entre dependência e a constituição de uma política social em uma das principais cidades da
periferia da economia mundial.
Palavras-chave: Reforma Psiquiátrica Brasileira. Saúde Mental. Saúde Coletiva. Capitalismo Dependente.
Psychiatric reform and Brazilian dependence: between the archaic and the modern
Abstract: This study carried out analysis of the Mental Health Policy, as part of the Brazilian Psychiatric Reform (BPR), based on the
Marxist Dependence Theory (MDT). The objective is to understand the implications of BPR – related to the totality of the capitalist
accumulation process – regarding services and epidemiology. A historical-descriptive perspective was adopted to approach the data on
mental health in the city of São Paulo between 2008 and 2017, promoting a qualitative analysis through historical and dialectical
materialism. The analysis demonstrates that the BPR is incomplete and hybridizes with different perspectives on health, which was
verified by the permanence of asylum characteristics (the archaic) together with substitutive services (the modern). The study explains
the contradiction between dependence and the constitution of social policy in a large city of a developing country.
Keywords: Brazilian Psychiatric Reform. Mental health. Collective health. Dependent capitalism.
1Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, Curso de Medicina, São Paulo, SP, Brasil
2Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, Departamento de Saúde Coletiva, São Paulo, SP, Brasil
3Universidade Federal de São Paulo, Centro de Desenvolvimento de Ensino Superior em Saúde, São Paulo, SP, Brasil
4Universidade de São Paulo, Faculdade de Saúde Pública, São Paulo, SP, Brasil
© O(s) Autor(es). 2020 Acesso Aberto Esta obra está licenciada sob os termos da Licença Creative Commons
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Leonardo Carnut3
https://orcid.org/0000-0001-6415-6977
Áquilas Mendes4
https://orcid.org/0000-0002-5632-4333

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