Registro de racismo no Brasil avança 30% e homicídios de LGBTQI+ crescem 25% em 2020

A taxa de registros de casos de racismo no Brasil cresceu 29,8% no Brasil em 2020, na comparação com o ano anterior, passando de 1,22 por 100 mil habitantes para 1,58. Os registros de injúria racial, por sua vez, caíram 20,2%. Os dados são do 15º Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

Entre os Estados, a taxa mais elevada de registros de racismo em 2020 foi no Rio Grande do Sul (10,8 por 100 mil habitantes). As menores estão no Piauí e Paraíba, ambos com 0,1. Já os casos de injúria racial prevaleceram em Santa Catarina (39,5, contra uma taxa nacional de 5,1), enquanto Amazonas não registrou nenhum caso.

Os números, no entanto, precisam ser interpretados com cautela, dado que a qualidade das informações nem sempre é a ideal. Dennis Pacheco, da equipe técnica do FBSP, observa, por exemplo, a discrepância entre registros de racismo e de injúria racial em um mesmo Estado, "como se uma tipologia em nada estivesse relacionada à outra", afirma.

Para ele, as inconstâncias não deixam de revelar "a negligência dos sistemas de justiça e segurança pública em relação aos crimes de ódio e discriminação". "Os crimes de racismo e injúria racial são tipologias guarda-chuvas, que abarcam também xenofobia, misoginia, racismo religioso, entre outras", acrescenta Pacheco.

Também houve aumento, em âmbito nacional, nos registros de crimes contra a população LGBTQI+, aponta o relatório. Em números absolutos, o homicídio entre o grupo cresceu 24,7% de 2019 para 2020. Lesão corporal dolosa subiu 20,9%, e estupro, 20,5%. "A inexistência de políticas públicas de promoção de direitos LGBTQI+ em larga escala contribui para o quadro de mortalidade violenta intencional", diz Pacheco.

Segundo ele, salta aos olhos, porém, que 8 das 27 unidades da...

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