Relator propõe financiamento misto de campanha

BRASÍLIA O relator da reforma política na Câmara, Vicente Cândido (PT-SP), disse ontem que vai propor em seu relatório a adoção do financiamento misto de campanhas: 70% público e 30% com recursos de pessoas físicas. O deputado voltou a defender que se estabeleça a lista fechada nas eleições de 2018 e 2022 e, a partir de então, o modelo alemão " que combina a lista fechada e o voto distrital. A lista fechada, no seu entender, apesar das imperfeições, promove o barateamento das campanhas.

" Se vamos ter que encarar o financiamento público de campanha, lista fechada é a mais barata. Com o dinheiro que você usaria para fazer uma campanha para um deputado, você faria para uma chapa inteira. Mudaria significativamente o custo de campanha " afirmou.

No custeio misto proposto pelo deputado, seria possível arrecadar, junto aos eleitores, recursos limitados ao valor do salário mínimo. Seria vetado o autofinanciamento e estipulado um prazo para a coleta de dinheiro: dois meses de prévias, dois meses no primeiro turno e mais um mês no segundo turno.

Vicente Cândido confirmou a apresentação do relatório para o dia 4 de abril. A expectativa do relator é que a reforma política seja aprovada pelo plenário da Câmara em maio e comece a ser analisada pelo Senado em junho.

Maia defende mudança

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, rebateu a tese de que a adoção da lista fechada para eleger deputados federais possa proteger candidatos envolvidos em corrupção, misturando-os com outros, no meio da lista.

" Certamente Alemanha, Portugal, Espanha não têm lista fechada para esconder nada " ressaltou, citando os países que adotam esse modelo de forma parcial ou total.

" Nenhum deles (sistemas eleitorais) está aí para proteger ninguém " complementou.

Maia falou após participar da abertura do segundo dia do Seminário Internacional sobre Sistemas Eleitorais, organizado pelo Tribunal Superior Eleitoral TSE). Segundo o presidente da Câmara, o importante é definir um novo modelo eleitoral, porque em sua avaliação qualquer mudança é melhor que o atual sistema brasileiro, no qual o eleitor vota em um candidato e acaba elegendo outros candidatos que não tiveram quociente eleitoral e são “puxados” por aqueles da coligação que tiveram muitos votos.

Além da lista fechada, na qual o partido elenca os seus...

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