Relatório da Administração
Data de publicação | 06 Março 2019 |
Páginas | 49-61 |
Órgão | Ministério da Economia,Banco do Brasil S.A.,Unidade de Contadoria |
Seção | DO1 |
BB-BANCO DE INVESTIMENTOS S.A.CNPJ: 24.933.830/0001-30Exercício encerrado em 31.12.2018
Relatório da Administração
A EMPRESA
O BB-Banco de Investimento S.A., BB Investimentos ou BB-BI, é uma subsidiária integral do Banco do Brasil S.A., especializada no mercado de capitais doméstico, com atuação em Estruturação e Distribuição de Renda Fixa, Securitização e Renda Variável, Assessoria Econômico-Financeira de fundos de Private Equity, Fusões e Aquisições (M&A), Project Finance, Administração de Carteiras de Investimento das empresas de seguridade (Serviços a Ligadas), Corretagem (Home Broker) e Custódia de Títulos e Valores Mobiliários.
O BB Investimentos atua como investidor na indústria de private equity e venture capital desde 2004 e, a partir de 2007, passou a prestar serviços de assessoria econômico-financeira a Fundos de Investimento em Participações.
No cumprimento das Políticas do Banco do Brasil relativas a investimentos, o BB Investimentos detém participações em empresas que complementam a atividade econômica do Conglomerado e aplicações com o objetivo de gerar valor e liquidez, priorizando empresas que adotam boas práticas de Governança Corporativa.
GESTÃO DE RISCOS
A administração da Empresa adota política conservadora no seu processo de gerenciamento de riscos. As aplicações das disponibilidades são realizadas com o Banco do Brasil S.A., seu controlador, o que minimiza os riscos incorridos e proporciona o alinhamento com as políticas de gerenciamento de riscos adotadas pelo Conglomerado Banco do Brasil.
O Banco do Brasil S.A. considera a gestão de riscos do BB-BI nas atividades de gerenciamento de riscos do Conglomerado Prudencial. Para conhecer mais sobre o processo de gestão de riscos no Conglomerado Prudencial Banco do Brasil, acesse as informações disponíveis no Relatório de Gerenciamento de Riscos em: www.bb.com.br/ri.
AMBIENTE ECONÔMICO
MUNDO
A manutenção da expansão do PIB global, experimentada desde 2016, era enunciada para o 2º semestre/2018, ainda que a política monetária restritiva evoluísse nos principais Bancos Centrais do mundo. Porém, a partir de julho, a tensão provocada pela guerra tarifária entre os Estados Unidos e a China provocou um aumento da aversão ao risco global. Isso se refletiu sobre o dólar, que manteve sua tendência de valorização perante às principais moedas, com impacto negativo mais intenso sobre as economias emergentes, entre as quais o Brasil.
O FMI projetava em 3,9% o crescimento global para 2018, revisado para 3,7% em outubro com a deterioração da condição dos emergentes e a intensificação da guerra comercial. Posteriormente à revisão do FMI, os sinais de desaceleração na zona do euro se refletiram negativamente nas estimativas para a região, em razão do declínio da indústria alemã e da deterioração da situação fiscal da Itália.
Nesse contexto, elevaram-se as preocupações em relação ao grau de vulnerabilidade das economias emergentes, chegando a desencadear episódios de estresse em países com maior fragilidade nas contas fiscais e externa, como Turquia e Argentina, com aumento do risco de contágio para os seus pares.
O aumento da aversão ao risco no mercado financeiro afetou negativamente o valor dos ativos ao redor do mundo. Esse movimento foi exacerbado pela safra mais adversa de resultados corporativos nos principais mercados internacionais que acabou atingindo negativamente muitas empresas tradicionais, o que refletiu na onda de vendas (sell off) nos mercados globais de ações.
Encerrado o ano de 2018, as citadas questões, ao lado de um extenso e ainda nebuloso Brexit, assim como o soft-landing chinês, seguem como empecilho à continuidade de um saudável crescimento global.
O ano passado foi marcado também por queda nas cotações das principais commodities metálicas e no petróleo. Esse comportamento esteve associado, principalmente, a temores sobre as perspectivas de arrefecimento na demanda mundial. A guerra comercial entre a China e os EUA exerceu uma influência adicional negativa sobre esses mercados.
BRASIL
No âmbito interno, a paralisação dos caminhoneiros no mês de maio provocou um choque adverso de oferta na economia, afetando diretamente o nível de atividade e a inflação. Esse evento reforçou a dificuldade de o País manter um crescimento sustentado mais vigoroso na segunda metade de 2018.
De fato, além da greve, as incertezas ligadas ao cenário eleitoral ensejaram a postergação de investimentos e o adiamento nas decisões de consumo no curto prazo. Neste contexto, a taxa de câmbio apresentou forte desvalorização e volatilidade ao longo do segundo semestre.
Adicionalmente, as incertezas atreladas ao processo eleitoral tiveram impactos adversos sobre o nível de investimentos e as expectativas das famílias. Passadas as eleições, ocorreu uma nítida recuperação dos níveis de confiança de consumidores e empresários, tendo em vista o comprometimento do governo eleito com as reformas estruturais necessárias para reequilibrar as contas públicas e, consequentemente, colocar o País de volta numa trajetória de crescimento sustentado.
O resultado da atividade interna no segundo semestre acabou compensando em parte a paralisação da greve dos caminhoneiros do primeiro semestre, mas a intensificação da crise econômica da Argentina, grande parceiro comercial brasileiro, afetou negativamente a indústria - principalmente a produção e exportação de veículos - frustrando as expectativas do início do ano.
A projeção do Relatório Focus do Banco Central (Bacen) para o PIB recuou rapidamente de quase 3% em março para 1,5% em junho, corte muito mais profundo do que o efeito da greve, mas a esta, somaram-se a lentidão do ritmo de retomada, a piora no contexto para emergentes, bem como o cenário eleitoral opaco, o que gerou alto grau de incertezas aos agentes econômicos. Encerrou-se o ano de 2018 com perspectiva de crescimento de 1,3%, alicerçado pelo setor de serviços no lado da oferta. Já pela ótica da demanda, os investimentos (FBCF - formação bruta de capital fixo) e o consumo das famílias compensaram o consumo retraído do governo.
O balanço de riscos do Bacen para a inflação, apresentado na ata do Copom, enfatizou três aspectos preponderantes no 2º semestre/2018. O primeiro aspecto, positivo sob a ótica de alívio ao quadro inflacionário, é o (i) alto grau de ociosidade da economia. Os demais, negativos, têm potencial de pressionar os preços para cima, como a (ii) frustração da agenda de reformas e a (iii) deterioração do contexto internacional para emergentes.
Mesmo com as dificuldades apresentadas ao longo do ano, a credibilidade da política monetária contribuiu para que o aumento da volatilidade no mercado financeiro não afetasse de maneira relevante as expectativas para a inflação futura, permitindo ao Banco Central manter a taxa Selic em 6,50% a.a., seu menor patamar histórico.
Já no que diz respeito à situação fiscal, o governo completou o quinto ano consecutivo de déficit primário, na maior sequência negativa desde a Constituição de 1988. O saldo das contas públicas encerrou 2018 com déficit de R$ 120 bilhões, frente à meta de R$ 159 bilhões. Em dez anos, o dispêndio total do governo avançou 3,5%, representando 19,7% do PIB. Mais de 90% das despesas são de natureza obrigatória, em detrimento do investimento público, atualmente em 1,3% do PIB.
No que se refere ao câmbio, o dólar chegou ao patamar dos R$ 3,10 nas mínimas do ano de 2018, ainda em fevereiro. Contudo, desdobrava-se um movimento global de fortalecimento da divisa, e, simultaneamente, a crescente incerteza eleitoral, que alçaram a moeda aos R$ 4,20 em alguns momentos durante o mês que antecedeu o pleito presidencial.
Na mesma esteira, o CDS 5 anos (custo do swap de default de crédito) do País, que habitualmente acompanha a trajetória da divisa norte americana, atingiu, igualmente em setembro, a pontuação máxima do ano, aos 309 pontos, distante dos 140 pontos de janeiro. Decidido o pleito eleitoral, o ativo voltou a arrefecer, encerrando o ano aos 211 pontos.
A curto prazo, o cenário apresenta um quadro benigno de inflação, com meta da taxa Selic em sua mínima histórica e maior gradualismo no aperto monetário dos principais Bancos Centrais, estando pendente, todavia, o equacionamento da situação fiscal.
DESTAQUES DO PERÍODO
Renda Fixa
No mercado de Renda Fixa Local, o BB-BI ocupou a 3ª posição no Ranking Anbima de Renda Fixa Consolidado - Originação de dezembro/18, com 14,3% de participação de mercado e R$ 27,1 bilhões de volume total. O BB-BI participou de 85 operações em 2018, sendo 8 no curto prazo com volume de R$ 5,7 bilhões, 67 no longo prazo com volume de R$ 20 bilhões e outras 10 operações de securitização com volume de R$ 1,3 bilhão.
No Ranking Anbima Consolidado de Renda Fixa - Distribuição de dezembro/18, o BB-BI ocupou a 3ª posição, com R$ 12,3 bilhões de volume distribuído.
Renda Variável
No 2º semestre/2018, o BB-BI atuou como coordenador da oferta pública com esforços restritos de distribuição primária e secundária de ações de emissão da Companhia de Locação das Américas (Unidas) cuja captação alcançou...
Para continuar a ler
PEÇA SUA AVALIAÇÃO