Ribeirão das Neves e o direito do trabalho

AutorMônica Sette Lopes
Páginas118-120
Ribeirão das Neves e o
direito do trabalho
Na minha primeira ida a Ribeirão das Neves, ainda
muito menina, aprendi que se trabalhava na prisão. Lembra-
-me a volta no fusca verde, com o bagageiro carregando uma
pequena mesa e cadeiras, revestidas de sisal, feitas pelos presos.
Sem que tivesse consciência da dinâmica conceitual do direito,
estavam ali, no equilíbrio precário do carro em movimento, as
ideias centrais do trabalho e da sanção.
Não sei em que medida essa imagem inuenciou a
convicção vinda já como juíza. O direito do trabalho brasileiro
mora em Ribeirão das Neves. Mais do que isto. Para ser juiz do
trabalho é preciso conhecer Ribeirão das Neves.
A certeza não decorre de uma pesquisa feita com o
rigor do método cientíco ou da análise de estatísticas. Ela é
fruto das narrativas da juíza do trabalho de Ribeirão das Ne-
ves. Podem dizer que é suspeita essa convicção tão absoluta que
decorre de um simples relato de observador interessado. Po-
dem dizer que é suspeita esta convicção que vem da amizade da
vida toda. Mas isto é desimportante quando se faz uma pausa
de atenção.

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