Salário e Motivação

AutorBenedito Rodrigues Pontes
Páginas25-30

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Uma das questões mais polêmicas referentes a salário é se este funcionaria como um fator de motivação para os funcionários.

Se estudarmos a evolução do pensamento administrativo, detendo--nos, primeiramente, na "Teoria da Administração Científica", de F. Taylor, veremos que essa teoria, dentro de uma abordagem mecanicista, procura conciliar empresa x empregado em termos de produtividade x salário. Taylor acreditava poder tornar as fábricas da época (início do século XX) mais produtivas, pela simplificação das tarefas e dos movimentos executados pelos empregados, procurando também uma maior especialização de cada funcionário.

Taylor não se preocupava, em absoluto, com a satisfação que o empregado poderia ter se executasse um trabalho no qual pudesse acompanhar o processo de produção. Em vez disso, o que encontramos foi o esfacelamento do processo produtivo, enxergando o homem na empresa como uma máquina, e mais facilmente substituível. O relacionamento social, também, estava totalmente excluído desse processo. Como recompensa o empregado recebia melhores salários, mas estes, embora mais altos, não lhes traziam satisfação, porque eram apenas uma forma de garantir a sobrevivência.

Tal situação gerou muitos problemas para os administradores na época, que não estavam preparados para enfrentar a forte desmotivação que se generalizava no ambiente das fábricas.

Com os estudos de Hawthorne (final da década de 20, início da de 30 do século passado), que serviram de base para a "Teoria das Relações Humanas", dentro de uma Abordagem Humanística da Administração, E. Mayo concluiu, depois de anos de pesquisa, que o grupo social, dentro da organização informal, afeta profundamente as atitudes dos funcionários. A partir de então, começaram a estudar os fatores que influiriam no processo de motivação dos empregados. Foi percebido que, isoladamente, o salário não é fator de motivação.

Dentre as teorias motivacionais que se seguiram, incorporadas a ''Teoria Behaviorista", que podemos considerar um aperfeiçoamento da ''Teoria das Relações Humanas'', encontramos duas outras que são extremamente importantes para compreendermos o mecanismo de motivação do ser humano. São elas a "Hierarquia das Necessidades", de A. Maslow, e os "Fatores Motivadores e Higiênicos", de F. Herzberg.

Para Maslow, as necessidades humanas podem ser divididas em cinco categorias, numa escala crescente. A partir do momento em que

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temos uma necessidade satisfeita, a...

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