‘Senhor das armas’ brasileiro leva vida de luxo na Flórida, nos EUA

Agência O Globo -

RIO - Traficante internacional, que tentava fazer chegar às mãos de traficantes cariocas 60 fuzis apreendidos no Aeroporto Internacional Galeão-Tom Jobim, Frederik Barbieri, de 45 anos, foi criado em Irajá, no subúrbio da Leopoldina. A notícia de que ele era procurado pela polícia caiu como uma bomba no condomínio onde o acusado passou a adolescência e parte da vida adulta. Incrédulos, moradores do Conjunto Habitacional Hannibal Porto só tiveram a certeza de que se tratava mesmo de Frederik (ex-morador do bloco 1, apartamento 404), quando viram a foto dele nos jornais. Mas o que a vizinhança também não desconfiava é que ele, desde que deixou o local, leva uma vida muito diferente da simplicidade da Zona Norte e das favelas que, segundo a polícia, o bandido abastecia com armamento de guerra: de posse do green card, vive cercado de luxo numa casa na Flórida, nos Estados Unidos.

— Ele não cumprimentava ninguém. Não sei se era discreto ou mal-educado. Vivia com a mãe e, depois, trouxe a mulher e uma filha para morar junto. A mãe dizia que vivia nos EUA. Ele, na verdade, abandonou a coitada, que morreu há quase três anos numa excursão da igreja — conta uma vizinha, que pediu para não ser identificada.

Filho de uma família religiosa, Frederik, ou o Senhor das Armas, como os investigadores o chamam, viu sua vida mudar completamente. Ficaram para trás o imóvel do Irajá e outros dois endereços em São Gonçalo e Niterói. Hoje, vive numa mansão na Flórida, no nome dele e de sua mulher, Ana Cláudia dos Santos Barbieri. O carro da família é um Audi modelo Q7. No Brasil, o veículo, ano 2017, custa cerca de R$ 400 mil. O modelo tem oito marchas, tração integral nas quatro rodas e consegue ir de zero a 100 km/h em 6,1 segundos. A polícia tem informações de que ele também comprou uma lancha.

A ascensão social meteórica começou quando Frederik vivia no conjunto de Irajá, construído pela Cooperativa Habitacional da União do Estado da Guanabara, em 1972, cuja finalidade era ajudar funcionários públicos de baixa renda a comprarem a casa própria. Depois de sua identidade ter sido revelada pela polícia, o clima por lá era de surpresa e medo.

— Nem sabia que essa praga morou aqui. Não quero falar nada. Ele é traficante de armas! A gente mora ao lado de um monte de favelas, mas aqui só tem gente de bem — comenta outro morador.

O síndico do condomínio, Léo de Oliveira, disse que só conheceu a mãe de Barbieri, Francisca Hosana Nunes:

— Ela era uma...

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