O sistema financeiro como instrumento para a redução da desigualdade de renda do Brasil (1995-2014)

AutorChinara Mendes Schinaider - Luccas Assis Attílio
CargoUFV - UFOP
Páginas8-31
Cadernos do CEAS, Salvador/Recife, n. 243, p. 8-31, jan./abr., 2018 | ISSN 2447-861X
O SISTEMA FINANCEIRO COMO INSTRUMENTO PARA A REDUÇÃO
DA DESIGUALDADE DE RENDA DO BRASIL (1995-2014)
The financial system as an instrument for reducing Brazil's income inequality
Chinara Mendes Schinaider (UFV)
Luccas Assis Attílio (UFOP)
Informações do artigo
Recebido em 01/03/2018.
Aceito em 01/04/2018.
doi>: 10.25247/2447-861X.2018.n243.p8-31
Resumo
O objetivo desse artigo é avaliar a atuação do sistema
financeiro como mecanismo para a redução dos
níveis de desigualdade de renda no Brasil,
compreendendo o período de 1995 a 2014. A análise
econométrica ocorre por regressões múltiplas com o
método de Mínimos Quadrados Ordinários (MQO).
Os resultados das estimações sugerem que o crédito
é negativamente relacionado à desigualdade de
renda, evidenciando a importância do
desenvolvimento do sistema financeiro, através da
expansão do acesso ao crédito, como instrumento
para a redução da desigualdade de renda.
Palavras-Chave: Crédito. Desigualdade. Brasil.
Abstract
The objective of this article is to evaluat e the
performance of the financial system as a mechanism
to reduce the levels of income inequality in Brazil,
covering the period from 1995 to 2014. Econometric
analysis occurs by multiple regressions using the
Ordinary Least Squares (OLS). The results of the
estimates suggest that credit is negatively related to
income inequality, showing the importance of the
development of the financial system, through the
expansion of access to credit, as a tool to reduce
income inequality.
Keywords: Credit. Inequality. Brazil.
Cadernos do CEAS, Salvador/Recife, n. 243, p. 8-31, jan./abr., 2018 | ISSN 2447-861X
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O sistema financeiro como instrumento para a redução da desigualdade... | Chinara M. Schinaider e Luccas A. Attílio
Introdução
O Brasil possui um grande percentual de pobres e é considerado um dos países mais
desiguais do mundo, levando em consideração a distribuição de renda. Não obstante, esse
quadro vem-se tr ansformando. Nos últimos anos, o índice de mensuração da desigualdade
de renda - gini - apresentou níveis significativos de redução, mesmo que ainda se mostre
muito elevado.
Estudos recentes ide ntificam que o aumento r ecente ao acesso a serviços bancários
destinados à população mais carente está sendo acompanhado por um alívio na questão
relativa à pobreza (seção 3). Ademais, isso vem ainda com opção de possibilidades de
investimentos e, assim, promover o crescimento da renda da população mais pobre.
O objetivo desse artigo é, portanto, investigar a atuação do setor financeiro brasileiro,
no período d e 1995 a 2014, como instrumento no combate à disparidad e de renda.
Iremos analisar a literatura relativa ao tema juntamente com análises quantitativas de
variáveis relevantes para compreender o processo de equalização da renda. Adicionalmente,
um modelo econométrico é construído, utilizando r egressões múltiplas com Mínimos
Quadrados Ordinários (MQO) a fim de captar a relação entre desigualdade de renda e o setor
financeiro brasileiro.
Os resultados denotam que o sistema financeiro, representado pela variável saldo de
carteira de crédito em relação ao PIB, é negativamente relacionado com a desigualdade de
renda. Sendo assim, os resultados atestam a importância da expansão do acesso ao crédito
direcionado aos mais pobres, com o intuito de reduzir a desigualdade de renda.
Um dos fatores que contribuíram para a redução da desigualdade de renda no Brasil
foi o direcionamento de políticas voltadas para a oferta de crédito para os mais pobres. Sendo
assim, podemos verificar a importância desta pesquisa, pois o sistema finan ceiro é um
instrumento que permite a alocação de recursos para o seu uso em fins produtivos, podendo,
assim, colaborar no combate à desigualdade de renda.
O artigo está dividido da seguinte forma: além da introdução, ele é composto por mais
quatro seções. A seção 2 analisa a economia brasileira do período da hiperinflação até o
primeiro governo Dilma. A seção 3 en fatiza o sistema financeiro e sua relação com a
desigualdade de renda. A seção 4 apresenta o referencial teórico e o modelo econométrico.
Por fim, a seção 5 realiza uma síntese que conclui este trabalho.

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