Testemunha de Lula, FH diz que seu governo já tinha predileção por caças suecos

Agência O Globo -

BRASÍLIA- Chamado para depor como testemunha de defesa do ex-presidente Lula, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse à Justiça Federal que já havia uma predileção pela compra de caças suecos no último ano de seu governo, em 2002, e que não presenciou eventuais encontros entre Lula, a então presidente Dilma Rousseff e o líder político da Suécia Stefan Lofven na ocasião do funeral de Nelson Mandela na África do Sul, em 2013 - o tucano esteve presente no funeral. Lula é réu em processo na Justiça Federal em Brasília relacionado à Operação Zelotes, acusado de tráfico de influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa por supostamente ter vendido influência dentro do governo de Dilma para a compra de 36 caças do modelo sueco Gripen. O negócio envolveu mais de US$ 5 bilhões. Também são réus um dos filhos de Lula, Luís Cláudio, e o casal de lobistas Mauro Marcondes e Cristina Mautoni.

Conforme a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), as negociações foram irregulares e contaram com a participação do ex-presidente Lula na venda de promessa de que ele poderia influenciar o governo de Dilma a comprar os caças suecos, em troca de pagamentos ao filho. Um dos elementos levantados na acusação é que, conforme documentos apreendidos no Instituto Lula, havia intenção do futuro primeiro-ministro da Suécia Stefan Lofven de se encontrar com Lula e Dilma em 9 de dezembro de 2013, na ocasião do funeral de Mandela. Dilma viajou acompanhada do padrinho político e dos ex-presidentes Fernando Henrique, Fernando Collor e José Sarney.

Além de Fernando Henrique, a defesa de Lula indicou como testemunhas de defesa o ex-ministro da Justiça de Dilma José Eduardo Cardozo, o ex-ministro da Defesa e da Justiça Nelson Jobim e o ex-ministro da Fazenda Pedro Malan, que atuou no governo de Fernando Henrique. Todos prestaram depoimento por videoconferência. Eles estavam em São Paulo, e a audiência foi conduzida pelo juiz titular da 10ª Vara Federal em Brasília, Vallisney de Souza Oliveira. O ex-presidente tucano foi o primeiro a depor. O procurador da República Hebert Mesquita, um dos responsáveis pelas investigações, criticou a convocação dessas testemunhas pela defesa de Lula e disse que os depoimentos não mudam o que a denúncia aponta: a venda de influência pelo ex-presidente petista.

— No meu período de governo já havia demandas da Força Aérea para modernizar nossa frota de aviões de caça. É uma matéria complexa. Sempre há expectativa...

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