As canções de Tom naturalmente novAS

Vanessa da Mata, Eumir Deodato e Kassin se juntam em tributo ao maestro que terá participação de BethâniaLeonardo Lichotellichote@oglobo.com.brClássico e pop. Deodato (à esquerda), Vanessa e Kassin cruzam suas sonoridades no espetáculo, que tem direção artística de Monique GardenbergCamilla MaiaNo estúdio em Copacabana, Vanessa da Mata canta "Desafinado". Arranjador que trabalhou com Tom Jobim, Eumir Deodato a acompanha ao piano, ao lado de uma banda de jovens músicos como Alberto Continentino, Gustavo Ruiz e Dustan Gallas. Da mesa de som, o produtor Kassin ouve atento o frescor pop da interpretação. Em poucos minutos, o ensaio para a turnê "Nivea Viva Tom Jobim" - que começa hoje, para convidados, no Vivo Rio, e depois segue para uma série de apresentações gratuitas pelo Brasil ( leia ao lado) - concretiza a ideia que cerca o tributo, que terá a participação de Maria Bethânia: um olhar naturalmente novo sobre a obra do maestro.- Temos o Eumir (que assina os arranjos do show) , que é o clássico, ao lado dos meninos dessa nova geração, num momento em que já passamos por aquela fase de bossa eletrônica e podemos olhar as canções como elas são - diz Vanessa. - Há uma despreocupação, o desejo de fazer o que é natural em cada música. Daí sai algo renovado sem ser forçado, porque temos os timbres, os jeitos de tocar, que são próprios de hoje.'Dona flor e seus dois malucos'O repertório - pouco mais de 20 canções, que privilegiam os maiores sucessos, levando em conta o fato de a turnê ser voltada para as multidões - é familiar a todos os artistas envolvidos. Afinal todos, músicos e plateia, têm Tom de alguma forma presente em sua história. Vanessa comprou seu primeiro disco do maestro, "Urubu", aos 17 anos. Criança mato-grossensse que gritava para espantar os animais da floresta quando havia caçadores por perto, a cantora se impressionava com a grandeza da música do disco, mas também com a visão sobre a natureza que Tom mostrava ali ("Um urubu na capa mostra uma sabedoria, uma consciência da cadeia alimentar").- Isso era uma compreensão do amor de forma grandiosa, que inclui o amor pelo planeta, pelas pequenas criaturas - acredita a cantora, que louva também o romantismo da obra de Tom. - A forma como se falava das mulheres, sem vulgaridade. A guerra gostosa da sedução era mais bonita, havia uma consciência de que aquela mulher é algo especial. Como em "Dindi", a coragem de se deixar na mão do outro, se declarar. O repertório equilibra canções de amor...

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