A formação e a trajetória do maior porto agroexportador do Brasil ? Paranaguá

AutorEdson de Morais Machado
CargoEstudante do Curso de Geografia da Universidade Federal de Santa Catarina /GCN/UFSC - Bolsista do Prof. José Messias
Páginas233-252
Revista de Ciências Humanas, Florianópolis, Volume 46, Número 1, p. 233-252, Abril de 2012
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* The creation and development of the Brazilian largest agroexportation port – Paranaguá
1 Estudante do Curso de Geografia da Universidade Federal de Santa Catarina /GCN/UFSC - Bolsista do
Prof. José Messias (edsonmachado1988@hotmail.com)
A formação e a trajetória do maior porto
agroexportador do Brasil – Paranaguá*
Edson de Morais Machado1
Universidade Federal de Santa Catarina
A trajetória do maior porto agroexpor-
tador surge antes da própria Vila de Parana-
guá, pois esta nascida a partir de seu atraca-
douro se tornou porta de entrada para imi-
grantes. Em 1880 iniciou-se a construção da
ferrovia que ligava a cidade ao interior do
país, permitindo o escoamento da produção.
Ligado ao ciclo do ouro, café, erva-mate e
madeira, o porto originalmente no rio Itiberê,
mudou-se anos depois para a atual Bahia de
Paranaguá. Inaugurado oficialmente em 1935.
A ocupação na área oeste e sudeste do Para-
ná fez aumentar enormemente a produção de
soja e trigo, tendo como o Porto de Parana-
guá sua principal via de escoamento, este,
atualmente além de uma posição estratégica,
possui uma historia de sucesso e superação.
É um porto público com parcerias privadas.
Ao longo dos anos vem se tornou líder na
movimentação de grãos, se destacando no
setor de automóveis, caminhões, petróleo,
fertilizantes e congelados.
Palavras-chave: Portos brasileiros – Para-
naguá – Exportação.
The trajectory of the largest agricul-
tural export port comes before the actual
town of Paranaguá, as this born from their
moorings became gateway for immigrants.
In 1880 began the construction of the rail-
road that connected the city to the coun-
tryside, allowing the flow of production.
On the cycle of gold, coffee, yerba mate
and timber port in the river Itiberê origi-
nally, moved to the current year after the
Bay of Paranaguá. Officially inaugurated
in 1935.The occupation in the west and
southeast of Paraná did greatly increase
the production of soybeans and wheat,
and as the Port of Paranaguá its main ou-
tlet, this is currently beyond a strategic
position, has a history of success and
overcoming. It is a public port with private
partnerships. Over the years she has be-
come a leader in the movement of grain,
standing out in the field of cars, trucks,
oil, fertilizers and frozen.
Keywords: Brazilian ports – Paranaguá –
Exportation.
Introdução: o Porto de Paranaguá
Quando a humanidade adquiriu conhecimento suficiente para construir bar-
cos capazes de adentrar os mares na busca de novas terras e do desconhe-
cido - as primeiras evidências de seres humanos se dedicando à construção de
barcos datam de 3.400 a.C no Egito - a história começou a mudar drasticamente,
novas terras foram descobertas e o mundo foi aos poucos sendo desbravado.
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As dificuldades foram muitas, tanto quanto as perdas que se sucederam, po-
rém, somente séculos depois quando iniciou o período das Grandes Navega-
ções (Séculos 15 e 16) que o mundo realmente sofreu modificações geopolíti-
cas nunca imaginadas; na busca de novas terras e rotas comerciais, os navega-
dores europeus, desceram pela costa da África atravessando o oceano Atlântico,
chegando às Índias Ocidentais, criando uma nova rota comercial. Após esta
descoberta os navegadores se lançaram a imensidão dos oceanos dispostos a
cruzá-los e explorar novos territórios, deste modo chegaram ao nosso continente.
Ao aqui chegarem, os navegadores procuraram locais onde poderiam atra-
car seus navios ao abrigo do vento e onde havia águas calmas, verdadeiros
portos naturais, logo próximos a esses atracadouros naturais surgiram vilas,
que posteriormente se tornaram cidades importantes que permanecem até hoje,
como as cidades de Salvador, Rio de Janeiro, Santos, Paranaguá, e outras ao
longo de nosso litoral. Esses atracadouros são os embriões dos atuais portos
que com o passar dos anos foram crescendo e se adaptando as necessidades
do mercado, sendo também a porta de entrada para a colonização de nosso
país e para o escoamento da extração ou produção de nosso país.
Foi em razão de seu atracadouro que surgiu a atual cidade de Paranaguá,
sendo o primeiro núcleo de povoamento e porta de entrada para os imigrantes
colonizadores do resto do estado do Paraná, localizada entre dois rios, o Itibêre
e o Emboguaçu, estando na margem sul da bacia de mesmo nome, Paranaguá,
no decorrer do tempo se transformou no principal pólo de exportação do sul do
país, através de seu porto, sendo hoje o sexto maior do mundo e o maior porto
granuleiro da América Latina, é o maior porto brasileiro em exportação de
grãos, contêineres refrigerados “reefers”, líquidos, madeira papel, e o segundo
maior pólo de movimentação de produtos automotivos e de movimentação de
cargas (atrás apenas de Santos).
A toponímia Paranaguá vem da linguagem dos índios Carijós: Pernogoá,
que significa “grande mar redondo” (MORGENSTERN, 1985). A cidade co-
meçou a ser colonizada em 1617, quando Gabriel de Lara interessado em fais-
car ouro, fundou na ilha de Cotinga um povoamento (SANTOS, 1952; p.31 e
70). Considerando este local impróprio para uma povoação, Gabriel de Lara
transferiu a população para a margem esquerda do rio Taguaré (atual Itiberê),
pois ali o solo era mais fértil e na região havia água potável, o rio permitia ainda
que as embarcações ficassem protegidas e seguras dos inimigos e dos ventos.
Após explorar o rio dos Almeidas, Correias e Guaraguassú (hoje Guaraguaçu),
descobriu-se nele ouro (SANTOS, 1952, p. 16-17 e 31), isto fez com que a
região se tornasse atrativa, aumentando o contingente populacional. Para o
escoamento da produção foram construídos atracadouros e cais pelas margens
dos rios, até que no final do século 17, em pleno ciclo do ouro, Paranaguá se
tornava um importante pólo litorâneo.

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