UFC quer formar nova geração de árbitros brasileiros

No país, a arbitragem é imparcial e injusta, diz Mário YamasakiLuiz Filipe Barbozalfilipe@oglobo.com.brUFC 142: Yamasaki aponta Thiago Tavares como vencedor contra Sam StoutDivulgaçãommaMário Yamasaki está no centro do octógono. Olha para esquerda e para a direita:- Você está pronto? - pergunta, enérgico. - Vamos para a luta! - ordena.O bordão serve de senha para mais um combate de artes marciais mistas (MMA) sob comando de um dos árbitros de maior experiência no Brasil. Com a experiência de 19 de seus 49 anos, o paulistano de descendência japonesa tem orgulho do que faz, mas não amacia ao avaliar seus pares:- No Brasil a arbitragem é muito ruim. Existe protecionismo nos eventos nacionais. O hábito sempre foi o de puxar a brasa para sua sardinha. É comum o cara levar em consideração a academia, se é amigo do lutador, se é de mesma nacionalidade - critica Yamasaki, que iniciou na função em 1994, num tempo em que o esporte ainda era chamado de vale-tudo e não conhecia o conjunto de regulamentos que existe hoje.Yamasaki ajudou a trazer o UFC ao Brasil, em 1998. Estreou na franquia como árbitro em 1999, no UFC 20. Hoje é dele a missão, dada pelo UFC, de formar novos árbitros no país e mudar o que classifica de antiprofissionalismo dos homens que deveriam aplicar as regras.- O árbitro tem que estar acima da rivalidade entre academias e da nacionalidade. Tem que ser neutro, e é isso que eu tento passar - diz.Apesar de impiedoso no julgamento da classe, Yamasaki dá uma boa notícia:- O nível é baixo, mas estamos começando a mudar isso.O Brasil costuma revelar lutadores e tem vários nomes com carreira sólida no UFC. A destacar, no cenário atual, Anderson Silva, tido por muitos ainda o maior de todos os tempos; o campeão dos penas, José Aldo; e o ex-campeão dos pesados, Júnior Cigano dos Santos. Quando o assunto é arbitragem, a situação se inverte:- O país é o segundo maior celeiro de atletas, mas no UFC são só dois árbitros brasileiros: eu e meu irmão, Fernando.Regras unificadasDurante dois dias, na semana passada, Yamasaki deu aulas na Escola de Educação Física do Exército, na Urca, para futuros árbitros de MMA. Um pré-requisito era ser faixa-preta de alguma arte marcial. Outro, saber falar inglês.Os candidatos aprovados serão recomendados para eventos realizados pelo país e poderão comandar lutas nas edições nacionais do UFC.- O curso existe há um ano e meio, mas agora é voltado especialmente para a formação no Brasil. A ideia é educar os árbitros para a...

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