Uma classe em formação? os (des)caminhos da classe nos dias atuais
| Autor | Daniel de Faria Galvão |
| Ocupação do Autor | Mestrando em Direito do Trabalho do Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG, com bolsa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES. Integrante do grupo de pesquisa Trabalho e Resistências, da Faculdade de Direito da UFMG |
| Páginas | 325-341 |
Classe, direito coletivo do trabalho... • 325
In: LACERDA, Gustavo Marcel Filgueiras; TEODORO, Maria Cecília Máximo; BARBATO,
Maria Rosaria (org.).Classe, direito coletivo do trabalho e acesso à justiça em perspectivas.
1ª edição. Belo Horizonte: Initia Via, 2019 (Anais do IV Encontro da RENAPEDTS, vol. 3).
ISBN: 978-85-9547-076-7. DOI: 10.17931/95470767/v3a15.
A CLASS IN COURSE?
PATHWAYS AND MISUNDERSTANDINGS
OF CLASS ON CURRENT DAYS
Daniel de Faria Galvão1
Resumo: Os últimos anos tem representado modicações intensas nos
modos de se pensar a sociedade. A queda do bloco soviético, no nal da
década de 1980, teria representado para autores neoliberais o chamado
“m da história” (FUKUYAMA, 1992), com a supremacia da ordem ca-
pitalista, a derrocada da alternativa socialistaeo suposto m da sociedade
de classes. De acordo com esta lógica, a classe trabalhadora, nos moldes
traçados pelo marxismo, teria perdido a sua relevância social, passando
a ser um mero simulacro de uma revolução social que, apesar de ideali-
zada, jamais teria sido alcançada. Mesmo partindo de uma visão teóri-
ca “progressista”, alguns autores também tem pugnado pela insuciência
das classes para descrever a atualidade. Antonio Negri e Michael Hardt
(2002), diante dos fenômenos da globalização e da transformação tecno-
lógica, tem proposto o surgimento de uma gura empresarial transnacio-
nalizada intitulada de “Império”, que teria como gura oposta a chamada
“Multidão”, representante de uma massa de trabalhadores globais. Mas
diante de tais proposições cabem as seguintes perguntas: teria mesmo a
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Mestrando em Direito do Trabalho do Programa de Pós-Graduação em Direito
da Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG, com bolsa da Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES. Integrante do grupo de pesquisa
Trabalho e Resistências, da Faculdade de Direito da UFMG. danielfariagalvao@gmail.com
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luta de classes arrefecido e se tornado insignicante para o entendimento
da sociedade capitalista? Lado outro, seria o conceito de classe, nos mol-
des delineados por Marx, demasiadamente estreito para compreender as
lutas da atualidade? A resposta para tais perguntas não é simples, mas,
em nossa opinião, tendem a ser esclarecidas pela teoria das classes sociais
elaborada pelo historiador Edward Palmer ompson e aprimorada pela
também historiadora Ellen Meiksins Wood (2011), que leva em conside-
ração o seu processo de desenvolvimento ao longo da história.
Palavras-chave: Classe; Classe como relação e processo; Multidão; Império.
Abstract: e last few years have represented intense changes in the man-
ners of thinking society. For neoliberal authors, the fall of the Soviet
bloc in the late 1980s would have represented the so-called “end of his-
tory” (FUKUYAMA, 1992) with the supremacy of the capitalist order,
the overthrow of the socialist alternative and the supposed end of the
classes. According to this logic, the working class, in the molds drawn
by Marxism, would have lost its social relevance, becoming a mere sim-
ulacrum of a social revolution that, although idealized, has never been
achieved. Even starting from a “progressive” theoretical view, some
authors have also struggled for the insuciency of the classes to describe
the actuality. Antonio Negri and Michael Hardt (2002), in the face of the
phenomena of globalization and technological transformation, have pro-
posed the emergence of a transnational corporate gure entitled “Empire”,
which would beopposite by the gure called “Multitude”, representing a
mass of global workers.But in the face of such propositions are the fol-
lowing questions: would the class struggle have cooled and become in-
signicant for the understanding of capitalist society? On the other hand,
would Marx’s concept of class be too narrow to understand the struggles
of today? e answer to such questions is not simple, but in our view they
tend to be elucidated by the theory of social classes elaborated by the his-
torian Edward Palmer ompson and further enhanced by the historian
Ellen Meiksins Wood (2011), who takes into account the class formation
process throughout history.
Keywords: Class; Class as a process, as relational; Multitude; Empire.
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