Acórdão Nº 0300057-74.2018.8.24.0064 do Segunda Turma Recursal, 05-05-2020

Número do processo0300057-74.2018.8.24.0064
Data05 Maio 2020
Tribunal de OrigemSão José
ÓrgãoSegunda Turma Recursal
Classe processualRecurso Inominado
Tipo de documentoAcórdão



ESTADO DE SANTA CATARINA

PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE SANTA CATARINA

Segunda Turma Recursal


Recurso Inominado n. 0300057-74.2018.8.24.0064, de São José

Relatora: Juíza Margani de Mello






RECURSO INOMINADO – RAZÕES QUE TRATAM DE MATÉRIA ALHEIA À TRATADA NOS AUTOS – OFENSA AO PRINCÍPIO DA DIALETICIDADE – RECURSO NÃO CONHECIDO.


Vistos, relatados e discutidos estes autos de Recurso Inominado n. 0300057-74.2018.8.24.0064, da comarca de São José Juizado Especial Cível, em que é recorrente Banco Pan S/A, e recorrido Daniel Godoy Costa:



I. RELATÓRIO

Relatório dispensado, com base no artigo 46, da Lei 9.099/95, e no Enunciado n. 92, do FONAJE.

II. VOTO

O recurso foi interposto pelo Banco Pan S/A, porém o que se vê é uma completa incongruência com o julgado atacado, isso porque o consumidor ajuizou a ação, alegando ter sido vítima de fraude na contratação de empréstimo consignado, requerendo a restituição em dobro dos valores descontados e o arbitramento de indenização por danos morais. Em contestação, o recorrente (requerido) não negou a tese de fraude na contratação, apenas tentou afastar sua responsabilidade.

O magistrado a quo julgou parcialmente procedentes os pedidos formulados na inicial, declarando a inexistência de contratação e condenando o Banco à restituição em dobro do indébito e ao pagamento de indenização por danos morais, após reconhecer a existência de fraude na contratação, inclusive deixando claro que a conta em que liberado o crédito não era de titularidade do recorrido.

Inconformado com a sentença, o Banco interpôs o presente recurso que versa sobre a validade dos contratos de cartão de crédito consignado com reserva de margem consignável (RMC) – matéria evidentemente diversa da discutida nos autos (o contrato impugnado na inicial sequer é de cartão de crédito).

Evidente, portanto, a mácula ao princípio da dialeticidade, já que o recurso não guarda relação com a matéria suscitada na inicial, nem rebate a fundamentação da sentença prolatada.

Pelo exposto, voto no sentido de NÃO CONHECER o recurso.

III. DISPOSITIVO

A Segunda Turma Recursal decidiu, por unanimidade, não conhecer o recurso.

Pela princípio da causalidade, condena-se o recorrente ao pagamento de custas processuais e dos honorários advocatícios, estes fixados em 15% sobre o valor da condenação.

Participaram do julgamento, realizado nesta data, os Excelentíssimos Juízes Vitoraldo Bridi e Ana Karina Arruda Anzanello.



Florianópolis, 05 de maio de 2020.



Margani de Mello

Relatora



Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT