Acórdão Nº 0309085-03.2017.8.24.0064 do Primeira Turma Recursal, 21-05-2020

Número do processo0309085-03.2017.8.24.0064
Data21 Maio 2020
Tribunal de OrigemSão José
ÓrgãoPrimeira Turma Recursal
Classe processualRecurso Inominado
Tipo de documentoAcórdão


Primeira Turma Recursal

Davidson Jahn Mello


1.ª TURMA DE RECURSOS DA CAPITAL

Recurso Inominado n. 0309085-03.2017.8.24.0064

Relator: Juiz Davidson Jahn Mello

Recorrente(s): Residencial Bom Viver Eireli - Me

Recorrido(s): Telefônica Brasil S/A



RECURSO INOMINADO. DIREITO DO CONSUMIDOR. INSCRIÇÃO INDEVIDA. DANO MORAL. PESSOA JURÍDICA. JUSTIÇA DO QUANTUM FIXADO EM R$ 8.000,00 (OITO MIL REAIS). JUROS DE MORA. RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL. TERMO INICIAL. DATA DO EVENTO DANOSO. APLICAÇÃO DO VERBETE SUMULAR N.º 54/STJ. QUANTUM INDENIZATÓRIO. PESSOA JURÍDICA. DIFERENÇA SUBSTANCIAL NA EXPERIMENTAÇÃO DO DANO MORAL. QUANTIA ARBITRADA QUE SE MOSTRA SUFICIENTE À REPARAÇÃO PRETENDIDA. RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO.



Vistos, relatados e discutidos estes autos de Recurso Inominado n.º 0309085-03.2017.8.24.0064, em que são partes Residencial Bom Viver Eireli - Me e Telefônica Brasil S/A, ACORDAM os Juízes da Primeira Turma de Recursos, à unanimidade de votos, em conhecer do recurso e em dar-lhe parcial provimento, para definir como termo a quo da incidência dos juros de mora a data do evento danoso (momento da inscrição).

Sem custas ou honorários.

I - RELATÓRIO

Relatório dispensado com base no artigo 46 da Lei 9.099/95 e no Enunciado 92 do FONAJE.

II - VOTO

Cuida-se, em suma, de recurso inominado interposto pela parte autora com o fito de reformar parte da sentença que condenou a parte ex adversa ao pagamento de indenização – arbitrada em R$ 8.000,00 (oito mil reais) - por danos morais decorrentes da inscrição indevida da reclamante em cadastro restritivo de crédito.

Propugna a recorrente a alteração da fixação do termo inicial dos juros de mora, para que incidam a partir da data do evento danoso, bem como a majoração da indenização.

Pois bem.

O pleito referente ao marco inicial dos juros de mora merece guarida, já que o caso sob foco responsabilidade extracontratual, circunstância que atrai a aplicação do verbete sumular n.º 54/STJ, a qual preleciona que os juros moratórios fluem a partir do evento danoso, em caso de responsabilidade extracontratual.

De outro vértice, melhor sorte não socorre o pleito relativo à expansão do valor arbitrado a título de danos morais.

Isso porque a demandante é pessoa jurídica, de modo que a anatomia do dano moral por si amargado em muito difere daquele sofrido por pessoa natural, que, além da honra objetiva (conceito de que goza perante a sociedade), tem também sua honra subjetiva ultrajada. Assim, em virtude dessa diferença essencial, não se justifica, salvo melhor juízo, a aplicação do patamar normalmente fixado por este sodalício.

Penso, pois, que a quantia fixada mostra-se suficiente a reparar o eventual abalo por si sofrido perante a sociedade.

Nessa linha, voto no sentido do parcial provimento do recurso.

III – DISPOSITIVO

ACORDAM os Juízes da Primeira Turma de Recursos, à unanimidade de votos, em conhecer do recurso e em dar-lhe parcial provimento, para definir como termo a quo da incidência dos juros de mora a data do evento...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT