Acórdão nº 1003137-65.2022.8.11.0051 Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso, Terceira Câmara de Direito Privado, 24-01-2024

Data de Julgamento24 Janeiro 2024
Case OutcomeNão-Provimento
Classe processualCível - APELAÇÃO CÍVEL - CÂMARAS ISOLADAS CÍVEIS DE DIREITO PRIVADO
ÓrgãoTerceira Câmara de Direito Privado
Número do processo1003137-65.2022.8.11.0051
AssuntoIndenização por Dano Moral

ESTADO DE MATO GROSSO

PODER JUDICIÁRIO

TERCEIRA CÂMARA DE DIREITO PRIVADO


Número Único: 1003137-65.2022.8.11.0051
Classe: APELAÇÃO CÍVEL (198)
Assunto: [Indenização por Dano Moral, Consórcio]
Relator: Des(a).
ANTONIA SIQUEIRA GONCALVES


Turma Julgadora: [DES(A). ANTONIA SIQUEIRA GONCALVES, DES(A). CARLOS ALBERTO ALVES DA ROCHA, DES(A). DIRCEU DOS

SANTOS]

Parte(s):
[MAGDA KELLY DIEHL - CPF: 898.383.351-34 (APELANTE), GABRIEL LORENZZATTO - CPF: 078.386.379-96 (ADVOGADO), CNF - ADMINISTRADORA DE CONSORCIOS NACIONAL LTDA.
- CNPJ: 59.129.403/0001-88 (APELADO), RICARDO GAZZI - CPF: 261.065.008-60 (ADVOGADO), CNF - ADMINISTRADORA DE CONSORCIOS NACIONAL LTDA. - CNPJ: 59.129.403/0001-88 (REPRESENTANTE), ESPÓLIO DE WILSON EURIDES DIEHL (APELANTE), MAGDA KELLY DIEHL - CPF: 898.383.351-34 (REPRESENTANTE/NOTICIANTE), DIOGO FERNANDO PECORA DE AMORIM - CPF: 034.019.341-71 (ADVOGADO)]

A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos os autos em epígrafe, a TERCEIRA CÂMARA DE DIREITO PRIVADO do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso, sob a Presidência Des(a).
CARLOS ALBERTO ALVES DA ROCHA, por meio da Turma Julgadora, proferiu a seguinte decisão: POR UNANIMIDADE, DESPROVEU O RECURSO.


E M E N T A

APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DE COBRANÇA C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS – SEGURO PRESTAMISTA VINCULADO A CONTRATO DE CONSÓRCIO – FALECIMENTO DO CONSORCIADO – NEGATIVA DE COBERTURA SECURITÁRIA SOB A ALEGAÇÃO DE QUE HOUVE CANCELAMENTO AUTOMÁTICO DEVIDO A CLÁUSULA ETÁRIA LIMITADORA PARA CONTRATAÇÃO – SEGURADO QUE JÁ CONTAVA COM SESSENTA E NOVE (69) ANOS NA DATA DA ADESÃO DA APÓLICE – NOTIFICAÇÃO PRÉVIA COMPROVADA – AUSÊNCIA DE ABUSIVIDADE – OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR NÃO CARACTERIZADA – SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA MANTIDA – RECURSO DESPROVIDO.

A cláusula que limita o ingresso do segurado por sua idade não é abusiva, porque o fator etário influi no risco coberto e, consequentemente, no custo do negócio, desde que, porém, seja o contratante devidamente informado dessa limitação.

O conjunto probatório comprova que a seguradora procedeu com a devida notificação ao consumidor acerca do cancelamento do seguro em razão da cláusula etária limitadora, não havendo o que se falar em ilegalidade/abusividade ou ofensa à boa-fé em sua conduta, agindo, assim, em exercício regular de direito.


TERCEIRA CÂMARA DE DIREITO PRIVADO

APELAÇÃO CÍVEL Nº 1003137-65.2022.8.11.0051

APELANTE: ESPÓLIO DE WILSON EURIDES DIEHL

APELADA: B CNF - ADMINISTRADORA DE CONSÓRCIOS NACIONAL LTDA.

RELATÓRIO

EXMA. SRA. DESA. ANTÔNIA SIQUEIRA GONÇALVES (RELATORA)

Egrégia Câmara:

Trata-se de recurso de apelação interposto pelo ESPÓLIO DE WILSON EURIDES DIEHL, contra r. sentença proferida pela MMª. Juíza da 2ª Vara da Comarca de Campo Verde-MT, Dra. Maria Lucia Prati, lançada nos autos da ação de cobrança c/c indenização por danos morais ajuizada em face da B CNF - ADMINISTRADORA DE CONSÓRCIOS NACIONAL LTDA., que julgou improcedente a pretensão inicial, bem como condenou a parte autora ao pagamento das custas e despesas processuais, bem como honorários advocatícios fixados em 10% (dez por cento) sobre o valor da causa, nos termos do artigo 85, § 2º do CPC, contudo, suspensa a sua exigibilidade, nos termos do artigo 98, §3º do mesmo Códex.

Em suas razões recursais, o apelante relata que “a r. sentença prolatada nos autos julgou improcedentes os pedidos da inicial, aduzindo erroneamente que o contrato de seguro possui cláusula etária limitadora” (sic).

Alega que o seguro prestamista foi previsto expressamente no contrato pactuado entre as partes”, bem como que “foi assinado pelo de cujus, de modo que não há dúvidas de que o senhor Wilson, ao realizar a aquisição do consórcio, acabou por contratar expressamente o seguro” (sic).

Sustenta que “as provas são incontroversas, porquanto foram apresentadas pela parte autora (ID. 95061065) e, também, pela parte requerida (Id 106598631). Logo, resta devidamente comprovada a contratação do seguro prestamista pelo falecido Wilson” (sic).

Aduz que a apelada negou o pagamento do prêmio do seguro prestamista, sob o fundamento de que o seguro nunca existiu, notadamente em razão do impedimento pela idade do consorciado, porquanto, à época da contratação, possuía 69 anos” (sic).

Assevera, ainda, que “a apelada jamais informou o apelante da impossibilidade de contratação do seguro prestamista, em razão de sua idade. Ao contrário, no momento da pactuação, convencionou, expressamente, a incidência do seguro prestamista na relação jurídica formalizada entre as partes” (sic).

Frisa que Todos os documentos assinados pelo falecido havia expressamente a contratação do seguro prestamista. Em outras palavras, “a empresa ré apresentou ao consumidor a informação de que ele aderiu o seguro prestamista, não podendo ser imputado, nesse momento, eventual responsabilização da falha de prestação de serviço dos seus prepostos ou representantes autônomos" (sic).

Defende que, “considerando que resta demonstrada a responsabilidade objetiva da parte apelada, é de rigor a sua condenação pelos pedidos elencados na peça de ingresso, especialmente a condenação pelos danos materiais e morais sofridos em decorrência da falha da prestação de serviços” (sic).

Com essas considerações, pugna pelo provimento do recurso, para que seja a sentença reformada, a fim de se julgar totalmente procedente a pretensão inicial (Id 187549192).

Contrarrazões ofertadas no Id 187549199, onde a recorrida pede inicialmente o não conhecimento do recurso, haja vista a ofensa ao princípio da dialeticidade, pois não foram combatidos os fundamentos delineados na sentença. No mérito, roga pela manutenção do decisum, destacando que o conjunto probatório é hábil a demonstrar que “inexistiu a contratação de seguro de vida, de modo que não houve qualquer pagamento a este título e, por óbvio, inexiste cobertura” (sic).

O apelante é beneficiário da justiça gratuita, conforme certidão acostada no Id 87941673.

Na peça Id 193888152, a parte apelante manifesta “seu interesse expresso em que o processo seja julgado em sessão híbrida, oportunizando assim a sustentação oral” (sic).

É o relatório.




VOTO

EXMA. SRA. DESA. ANTÔNIA SIQUEIRA GONÇALVES (RELATORA)

Egrégia Câmara:

Dispensado do recolhimento do preparo, e estando adequado e tempestivo, CONHEÇO o apelo interposto, o que faço com fulcro no artigo 1.009 do Código de Processo Civil.

Inicialmente, registra-se que não há falar em violação ao princípio da dialeticidade, como suscitado pela apelada em sede de contrarrazões, visto que o apelante apresentou os fundamentos de fato e de direito que embasou o pedido de reforma do decisum, impugnando efetivamente os fundamentos da sentença, razão pela qual rejeito a preliminar aviada.

Dito isso, ressai dos autos que o ESPÓLIO DE WILSON EURIDES DIEHL ajuizou a presente ação de cobrança c/c indenização por danos morais ajuizada em face da B CNF - ADMINISTRADORA DE CONSÓRCIOS NACIONAL LTDA.,...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT