Acórdão nº 1026224-74.2020.8.11.0001 Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso, Turma Recursal Única, 04-05-2021

Data de Julgamento04 Maio 2021
Case OutcomeNão-Provimento
Classe processualCível - RECURSO INOMINADO - TURMA RECURSAL CÍVEL
ÓrgãoTurma Recursal Única
Número do processo1026224-74.2020.8.11.0001
AssuntoIndenização por Dano Material

ESTADO DE MATO GROSSO

PODER JUDICIÁRIO


TURMA RECURSAL ÚNICA


Número Único: 1026224-74.2020.8.11.0001
Classe: RECURSO INOMINADO (460)
Assunto: [Indenização por Dano Moral, Indenização por Dano Material]
Relator: Des(a).
LUIS APARECIDO BORTOLUSSI JUNIOR


Turma Julgadora: [DES(A). LUIS APARECIDO BORTOLUSSI JUNIOR, DES(A). LAMISSE RODER FEGURI ALVES CORREA, DES(A). LUCIA PERUFFO]

Parte(s):
[AFRANIO MESQUITA ARRUDA - CPF: 142.624.521-15 (RECORRENTE), IVAN EURIPEDES DA SILVA - CPF: 571.019.221-04 (ADVOGADO), DOMANI PRIME DISTRIBUIDORA DE VEICULOS E PECAS LTDA - CNPJ: 07.625.119/0001-07 (RECORRIDO), RODRIGO LEITE DE BARROS ZANIN - CPF: 182.746.248-58 (ADVOGADO), DOMANI PRIME DISTRIBUIDORA DE VEICULOS E PECAS LTDA - CNPJ: 07.625.119/0001-07 (REPRESENTANTE), CIELO S.A. - CNPJ: 01.027.058/0001-91 (RECORRIDO), MARIA EMILIA GONCALVES DE RUEDA - CPF: 039.777.184-36 (ADVOGADO), CIELO S.A. - CNPJ: 01.027.058/0001-91 (REPRESENTANTE)]

A C Ó R D Ã O
Vistos, relatados e discutidos os autos em epígrafe, a TURMA RECURSAL ÚNICA do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso, sob a Presidência Des(a).
LUIS APARECIDO BORTOLUSSI JUNIOR, por meio da Turma Julgadora, proferiu a seguinte decisão: POR UNANIMIDADE, CONHECEU DO RECURSO E NEGOU-LHE PROVIMENTO, VENCIDO O RELATOR NO QUE SE REFERE AOS HONORÁRIOS.

E M E N T A

RECURSO INOMINADO. AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO E INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS.

REPARAÇÃO DE DANOS MATERIAIS E MORAIS. COMPRA REALIZADA POR INTERMÉDIO DE CARTÃO DE CRÉDITO. COBRANÇA INDEVIDA. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DA ADMINISTRADORA DO CARTÃO E DO COMERCIANTE. RECURSO POR CO-DEVEDORA. PRELIMINAR DE CERCEAMENTO DE DEFESA. REJEITADA. AUSÊNCIA DE AUDIÊNCIA. JULGAMENTO ANTECIPADO DO MÉRITO. ALEGAÇÃO DE CULPA EXCLUSIVA DA OPERADORA DE CARTÃO E INEXISTÊNCIA DE ATO ILICITO POR TRATA-SE DE DESCONTO DE VALOR EM CONTA. REDUÇÃO DO VALOR QUANTUM INDENIZATÓRIO. REJEITADA. DESNECESSIDADE DE PRODUÇÃO DE OUTRAS PROVAS. LIVRE CONVENCIMENTO. RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO.

  1. Recurso Inominado. Sentença julgou parcialmente procedência ao pedido para condenar as Reclamadas, de forma solidária, a restituir o valor de R$ 390,00 (trezentos e noventa reais) a título de repetição do indébito, já calculado em dobro, bem como condenar no pagamento da quantia de R$ 2.000,00 (dois mil reais) a título de dano moral, devidamente atualizados.
  2. Escopo recursal é a reforma da sentença que julgou procedente os pedidos iniciais.
  3. Inexistência de cerceamento de defesa. Juiz como destinatário da prova. Princípio do livre convencimento motivado. Preliminar rejeitada.
  4. Relação de consumo. Compra feita no estabelecimento da Requerida Comerciante por intermédio de cartão de crédito. Responsabilidade solidária da administradora do cartão e do comerciante, na forma do art. 7º, parágrafo único, do CDC.
  5. Quantum arbitrado em R$ 2.000,00 (dois mil reais), dentro do critério da razoabilidade.
  6. Recurso conhecido e desprovido.

R E L A T Ó R I O

Trata-se de Recurso Inominado interposto por Domani Prime Distribuidora de Veículos LTDA contra sentença que condenou as Reclamadas, de forma solidária, a restituir o valor de R$ 390,00 (trezentos e noventa reais), a título de repetição do indébito, já calculado em dobro, bem como ao pagamento da quantia de R$ 2.000,00 (dois mil reais), a título de dano moral.

A Recorrente, suscita, preliminarmente, cerceamento de defesa, ante o julgamento antecipado da lide. No mérito, aduz a culpa exclusiva da operadora de cartão de crédito, sob argumento que não recebeu qualquer valor, bem como a inexistência de ato ilícito e de danos materiais e morais. Alternativamente, postula a redução do quantum indenizatório para valor não superior a R$500,00 (quinhentos reais).

Contrarrazões pela manutenção da sentença.

É o relatório.

V O T O R E L A T O R

VOTO PRELIMINAR – CERCEAMENTO DE DEFESA

O Recorrente alega a nulidade da sentença proferida ante a dispensa imotivada da instrução processual, por cerceamento de defesa ante o julgamento antecipado da lide, contudo, no presente caso, não vislumbro o mencionado cerceamento de defesa pelo julgamento antecipado da lide, eis que a matéria versada nos autos é predominantemente de direito e documental, não necessitando de produção de prova testemunhal ou pericial.

Diga-se, ainda, da análise das etapas processuais, que a Recorrente apresentou contestação, protestando, de forma genérica, pela produção da prova testemunhal para comprovar que não recebeu o valor alegado pelo autor, contudo, no momento apropriado não informou o rol de testemunhas e a sua pertinência para o deslinde do feito.

Assim, observa-se, com clareza a ausência de cerceamento de defesa.

Ademais, após concluídas as providencias processuais preliminares e verificado que não há necessidade de produção de outras provas, o Juiz da...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT