Acórdão Nº 5002570-23.2020.8.24.0067 do Primeira Turma Recursal, 01-12-2022

Número do processo5002570-23.2020.8.24.0067
Data01 Dezembro 2022
Tribunal de OrigemTribunal de Justiça de Santa Catarina
ÓrgãoPrimeira Turma Recursal
Classe processualAPELAÇÃO CRIMINAL
Tipo de documentoAcórdão
APELAÇÃO CRIMINAL Nº 5002570-23.2020.8.24.0067/SC

RELATOR: Juiz de Direito Paulo Marcos de Farias

APELANTE: JONAS DA CRUZ LEITE (ACUSADO) APELADO: MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA (AUTOR)

RELATÓRIO

Dispensado o relatório nos termos do art. 46 da Lei n. 9.099/1995.

VOTO

Trata-se de apelação interposta por Jonas da Cruz Leite em face de sentença proferida que o condenou "à pena privativa de liberdade de 1 mês e 15 dias de detenção, em regime aberto." pela prática do crime previsto no art. 169, parágrafo único, II, do Código Penal.

Em suas razões, o apelante pleiteia sua absolvição, sob o argumento de que o crime não se materializou, pois o acusado apenas ficou na posse do bem por aproximadamente 3 (três) dias.

De início, analisando-se a declaração da vítima Lucas Rodrigues, tem-se que: "o celular era da sua avó [...] perdeu o celular e depois comunicaram que foi achado [...] não falaram com quem foi achado o celular [...] não sabe quem pegou [...] o aparelho estava sem chip quando lhe foi entregue na delegacia [...] tinha um sinal de uso" (Evento 58).

A testemunha Douglas Motter narrou que "foram acionados pela delegacia para prestar apoio na diligência. Teria a informação que o Jonas estaria em posse do telefone na comunidade. O acusado foi localizado na rua com um grupo de pessoas. Foi abordado e entregou o celular. Posteriormente, foi informado que o telefone foi extraviado, sendo que o acusado confirmou que encontrou o telefone. Não se recorda quanto tempo o acusado estaria com o celular. A ocorrência registrada era de perda do objeto." (Evento 58)

O acusado, no termo circunstanciado, alegou "que encontrou um aparelho de telefone celular na rua próximo a um quebra molas na entrada 'da vila'; Que, indagado sobre a data do encontro do aparelho de telefone, alega que foi na quarta-feira da semana passada (08.04.2020); Alega não saber de quem pertencia e que ninguém o procurou para haver o aparelho." (Evento 1, fl. 4, autos n. 5002447-25.2020.8.24.0067)

Corroborando tal quadro, em juízo, relatou que "achou o celular e estava esperando aparecer o dono. Não achou foto [...] o celular estava desligado, não tinha nenhum dado e não apagou nada. [...] não ficou nem uma semana com o celular, estava esperando alguém aparecer pra buscá-lo" (Evento 58)

Acerca do crime de apropriação de coisa achada, destaca-se das lições de Cezar Roberto Bitencourt que: "O que configura o crime não é o recebimento ou encontro - acidental -, mas a posterior apropriação da coisa alheia, não a devolvendo ou recusando-se a restituí-la ao legítimo dono. [...] Somente se configura a apropriação de coisa achada após ultrapassado o prazo legal de quinze dias sem que o achador...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT