Alívio com aprovação de texto-base da PEC dos Precatórios tem vida curta e dólar avança

O alívio relativo com a aprovação, em primeiro turno, do texto-base da PEC dos Precatórios — aprovado com apenas quatro votos de folga na madrugada desta quinta-feira (4) — acabou se esvaindo ao longo da sessão de hoje, dando lugar a temores de que o texto pudesse sofrer resistência tanto na votação em segundo turno, prevista para a semana que vem, quanto no Senado. Sem a ajuda, nesta sessão, do humor dos mercados globais, que reagem à decisão de juros do Banco da Inglaterra (BoE), a moeda americana acabou encerrando o dia em alta leve no Brasil.

No encerramento do pregão, o dólar foi negociado a R$ 5,6046, alta de 0,28%. No mesmo horário, ele subia 0,63% contra a lira turca e 1,03% contra o peso colombiano, mas cedia 0,42% ante o rublo russo.

A reação de alívio dos investidores em relação a aprovação do texto-base da PEC ocorre porque muitos acreditam que, caso não aprovada, ela pudesse dar lugar a uma alternativa pior, como a aprovação da prorrogação do auxílio emergencial.

A votação apertada, no entanto, com 312 votos favoráveis, apenas quatro a mais do que o necessário, abriu espaço para questionamentos sobre se o governo terá força para sobreviver ao segundo turno de votação na Câmara, ou se terá força para dar andamento à PEC no Senado, onde a ala governista é menor.

Esse receio acabou reforçado, ao longo do dia, por notícias como a de que o PDT entrou no STF para anular a votação da PEC dos Precatórios após 15 dos 21 deputados do partido apoiarem a medida.

Como notam analistas do Citi, algumas mudanças foram apresentadas no texto na última hora, antes da votação, o que torna incerto o impacto real sobre as contas públicas do texto. “De qualquer forma, a Câmara ainda precisa apreciar as emendas e aprovar o texto em segundo turno. Existem riscos não negligíveis de novas mudanças nesse ínterim”, alertam”, acrescentando que a PEC também precisa passar pelo Senado.

Outro fator que deu suporte ao dólar na sessão foi a decisão mais "dovish" (inclinada à manutenção de estímulos) do que se esperava do Banco da Inglaterra (BoE). Após semanas emitindo sinais duros contra a inflação, o que fez boa parte do mercado esperar uma decisão bastante apertada e, possivelmente, uma alta de juros na reunião de hoje, o placar acabou bastante folgado a favor da manutenção dos juros (7 votos...

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