Aluguel tem maior alta em 5 meses, mas tendência é desacelerar no longo prazo, diz FGV

A inflação do aluguel calculada pelo Indice de Variação de Aluguéis Residenciais (Ivar), novo indicador sobre o tema da Fundação Getulio Vargas (FGV), ficou em 1,07% em julho.

Além de ser bem acima da variação de preços em junho, quando caiu 0,27%, foi a mais forte desde fevereiro desse ano (3,61%). Mas, para o economista da fundação, Paulo Picchetti responsável pelo indicador, o resultado não representa disparada no preço do aluguel.

Na prática, informou ele, o que ocorreu em julho foi um ajuste ante o observado em mês imediatamente anterior, quando a taxa se posicionou em patamar muito baixo.

Para o especialista, a tendência de longo prazo do indicador é de desaceleração. Isso porque o índice tem acompanhado cada vez mais trajetória do Indice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – que caiu 0,68% em julho, conforme divulgou hoje o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), menor taxa mensal da série iniciada em 1980.

A partir de meados do ano passado, um número cada vez maior de contratos de aluguel passou a ser indexados pelo IPCA, em detrimento do Indice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), da FGV, lembrou ele.

Ao detalhar o comportamento mensal do indicador, o pesquisador informou que a trajetória de preços de aluguel da capital Belo Horizonte influenciou de forma expressiva o comportamento o Ivar em julho. Ele comentou que características do mercado local da capital mineira levaram o Ivar naquela cidade a subir 2,49% em julho – sendo que, em junho, caía 4,12%. Ou seja: o aumento e a queda foram tão bruscos que acabaram por arrastar para baixo e para cima, respectivamente, as taxas completas do Ivar de junho e de julho. “Houve uma ‘correção’ [de preços] no mercado local de Belo Horizonte”, resumiu.

“Creio que o melhor para se entender evolução de mercado de aluguel [em julho] é observar São Paulo”, acrescentou ele, informando que, no caso da capital paulista, a taxa de variação do Ivar diminuiu levemente, de 0,86% para 0,82%, entre junho e julho.

Entretanto, as outras duas capitais usadas para cálculo do indicador também mostraram alta em julho, no âmbito do Ivar, reconheceu ele, ante quedas observadas em junho No caso do Rio de Janeiro, a taxa do indicador passou de -0,26% em junho para 0,39% em julho. Já em Porto Alegre passou de -0,27% para 1,07%.

Apesar de três das quatro capitais usadas na elaboração do...

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