Análise das entrevistas
| Autor | João Manoel De Lima Junior, Gabriela Borges Silva, José Egidio Altoé Junior e Ana Paula Ruhe |
| Páginas | 97-131 |
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5. ANÁLISE DAS ENTREVISTAS
5.1 CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES SOBRE
A METODOLOGIA DE PESQUISA
A pesquisa qualitativ a empírica do projeto de pesquisa Repercussões Jurídicas
e Econômicas do Mercado de Cartões de Crédito teve por base entrevistas
realizadas por meio da modalidade semiestruturada, de modo que foi pos-
sível realizar a coleta de informações mediante questionamentos apoiados
em teorias e hipóteses que se relacionam ao tema da pesquisa.
Nesse sentido, para Manzini (1991, p. 154), a entrevista semiestrutu rada
está focalizada em um objeto sobre o qual se confecciona um roteiro com
perguntas principais, complementadas por outras questões inerentes às cir-
cunstâncias momentâneas da entrevista.
entrevistas de profundidade com especialistas nos mercados de crédito e de
cartões do Brasil. Esse tipo de entrevista mostrou-se adequada aos propó-
sitos exploratórios da presente investigação, principalmente tendo em vista
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REPERCUSSÕES JURÍDICAS E ECONÔMICAS DO MERCADO DE CARTÕES DE CRÉDITO
que possibilita a realiza ção de entrevistas aber tas orientadas por um roteiro
comum de tópicos relativos ao problema objeto da pesquisa. Esse método,
por um lado, garante que os entrevistados ten ham a maior liberdade possível
para tratar do tema objeto da pesquisa; por outro, confere ao pesquisador
maior autonomia no momento de formulação de perguntas e di recionamento
da entrevista no sentido necessário para o esclarecimento do tema pesqui-
sado.1 Dessa forma, as perguntas foram realizadas a partir de quatro eixos:
1. Histórico das práticas de concessão de crédito por meio de cartões
no Brasil.
2. Principai s características do mercado de cartões de créd ito no Brasil.
3. Riscos do mercado de cartões de créd ito para emissores, instituições
de arranjos de pagamentos e consumidores.
4. Relação entre as práticas de concessão e de uti lização dos cartões de
crédito no Brasil e o endividamento dos consumidores.
A partir dessa premiss a, as perguntas que nortearam as entrevistas foram for-
muladas com as seguintes dimensões:
1. A perspe ctiva/visão pessoal do e ntrevistado sobre o contexto
do mercado de car tões de crédito (PSJ) no Brasi l. Na perspecti-
va do entrevistado, quais seri am a origem e o objetivo do parcelamento
aderência ao PSJ? Qual é a opinião do entrev istado sobre o PSJ? Há ju-
1. entrevistas abertas
questões e formula ção mais precisas dos co nceitos relacionados. Em re lação à sua estrutur ação,
o entrevist ador introduz o tema e o entrev istado tem liberdade para d iscorrer sobre o tema su-
gerido. É uma form a de poder explorar mais ampl amente uma questão. (…) A entrevista ab erta
é utiliza da quando o pesquisador de seja obter o maior número possível de i nformações sobre de-
terminad o tema, segundo a vis ão do entrevistado, e t ambém para obter um maior de talhamento
do assunto em quest ão.” (Negrito no origi nal.)
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ANÁLISE DAS ENTREVISTAS
com o PSJ? Há externalidades no PSJ? O entrevistado tem conheci-
mento sobre a existência dessa forma de parcelamento em outros países?
2. A perspect iva do entrevistado sobre o papel de outr os parti-
cipantes do mercado de c artões de crédito. Como o entrev istado
avalia a distribuição dos riscos entre os principais atores do mercado
de cartões? Na opinião do entrevist ado, qual participante do mercado
de cartões suporta mais riscos na cadeia de prestadores de serviços de
pagamento? Quais seriam esses riscos? O PSJ traz algum risco espe-
-
gar esses riscos? Qua l é o papel das grandes cadeias de varejo no PSJ?
3. A perspect iva do entrevistado sobre o atu al cenário regul a-
tório. Qual é sua opinião sobre as regras envolvendo o mercado de
cartões no Brasil (PSJ, rotativo do cartão de crédito, juros, atuação
dos participantes no mercado, novos entrantes, tari fa de intercâmbio,
taxa de desconto dos estabelecimentos comerciais)? Qual é sua opi-
nião sobre a limitação da taxa de intercâmbio? E sobre o limite ao
rotativo do cartão de crédito? Essas regras deveriam, na perspectiva
do entrevistado, ser aprimoradas? De que maneira? Quem deveria
eventual mudança na concorrência?
4. A perspect iva do entrevistado sobre o impacto do PSJ para
o endividamento da s pessoas naturais. E m que medida o par-
celamento sem juros no cartão de crédito contribui para o aumento
do endividamento no Brasil? Em que medida o cartão de crédito
contribui para o aumento do endividamento no Brasil? Diante dos
riscos de inadimplência, qual é a opinião do entrevistado sobre o
PSJ? Quais seria m as alternativas ao PSJ no Brasil? Quais seriam os
impactos de eventual mudança na regulação do PSJ para o acesso
da população a bens de consumo?
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