Autêntico interesse pelos Jurisdicionados
| Autor | Luiz Guilherme Marques |
| Páginas | 191-192 |
autêNtico iNtErEssE
PElos jurisdicioNados
ÉLISABETH GUIGOU, em seu estudo intitulado A Justiça a serviço do
cidadão (incluído no livro LE SERVICE PUBLIC DE LA JUSTICE,
Éditions Odile Jacob, 1998, pp 11/27), apresenta subsídios importantes para
nossa reexão sobre nossa forma de pensar e agir em face dos jurisdiciona-
dos a quem servimos.
Como já tive oportunidade de dizer em um Congresso de Magistrados, nossa sociedade
deve ter uma ambição para a Justiça e uma ambição para os juízes. A contrapartida
é uma exigência social reforçada quanto aos juízes, na sua formação, prática, ética e
regime de responsabilidade. Somente o atendimento a essas exigências pode fundamen-
tar a legitimidade e o espaço destacado dos juízes na sociedade. A imparcialidade, a
competência, a humildade e o respeito aos jurisdicionados deverá impregnar a prática
prossional cotidiana de todos os juízes, porque, não sendo atendidas essas exigências,
seu poder será rapidamente entendido como inaceitável e dará mais força àqueles que
contestam o princípio da proeminência dos juízes. (p. 17)
Como se vê, as qualidades que devem impregnar a prática prossional cotidia-
na de todos os juízes são:
1 – imparcialidade
2 – competência
3 – humildade
4 – respeito aos jurisdicionados.
Com base na minha vivência de juiz do interior, acrescento uma outra: o
autêntico interesse pelos jurisdicionados.
Fica cada um com liberdade de ligar essa qualidade ao ideário de alguma
Religião ou Filosoa, ou até de nenhuma. Todavia, isso não importa.
O que importa é que se tenha realmente esse interesse e se aja de acordo
com ele.
Assim, deve-se atender cada caso com verdadeira intenção de resolvê-lo,
independente da posição social, nanceira ou nível de instrução das pessoas.
Deve-se valorizar muito mais as pessoas do que os autos; muito mais
os problemas em si que as estatísticas; muito mais os dramas que surgem à
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