Azul diz que negocia apoio do governo desde o começo de março

A Azul, terceira maior empresa aérea no país, informou nesta quarta-feira que negocia desde o começo de março com o governo medidas de apoio para garantir a operação até o fim da crise causada pela pandemia do novo coronavírus.

“Estamos em conversas com o governo desde o início de março, quando vimos os primeiros sinais da crise na Europa e nos Estados Unidos. O que o governo americano fez para as empresas é o melhor modelo de auxílio para o setor aéreo”, disse presidente da Azul, John Rodgerson, em teleconferência promovida pela Eleven Financial.

“Se [Donald] Trump está dando benefícios para a indústria aérea dele, [Jair] Bolsonaro deveria fazer o mesmo no Brasil, para nos mantermos competitivos no mercado global”, completou.

Rodgerson disse que espera medidas de apoio ao setor aéreo como um todo, mas que entende que o Brasil é diferente dos EUA e, portanto, que o governo brasileiro apresentará medidas diferentes das do governo americano.

A Azul também informou que ainda não recebeu proposta oficial de aporte de capital do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

O BNDES negocia com Azul, Gol e Latam a oferta de créditos no valor total de R$ 10 bilhões para fazer frente à crise. O plano seria fornecer recursos da ordem de R$ 3 bilhões para cada empresa, por meio da emissão de debêntures conversíveis em ações das aéreas que seriam subscritas pelo banco.

Mas ainda há falta de consenso sobre o preço das debêntures. Isso porque o banco sugeriu vincular o valor das debêntures ao preço atual das ações das aéreas na bolsa, que caíram mais de 50% com a pandemia.

“Estamos falando diariamente com o BNDES. Não temos ainda uma proposta formal porque eles querem entender melhor o nosso negócio. Uma coisa que pediram é que a gente faça tudo para ser mais eficiente após a crise. Eles querem investir numa empresa que vai ser mais saudável depois”, afirmou Rodgerson.

Ele disse que o banco viu como sinal positivo a notícia de que...

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