BC muda projeção de superávit na conta corrente por déficit de US$ 47 bilhões em 2022

O Banco Central (BC) promoveu uma forte revisão em sua projeção para as transações correntes do Brasil em 2022, de um superávit de US$ 4 bilhões (0,2% do PIB) para um déficit de US$ 47 bilhões (2,5% do PIB), por causa da perspectiva de um saldo menor na balança comercial neste ano.As informações são do Relatório de Inflação (RI) de setembro, divulgado nesta quinta-feira. Para 2023, o BC espera ligeira redução do déficit em conta corrente, para US$ 36 bilhões (1,8% do PIB)."Houve mudanças importantes no cenário prospectivo das contas externas, com expectativa de maior déficit na conta de transações correntes e maior entrada líquida de investimentos diretos no país (IDP) para o ano de 2022", afirma o BC.A revisão da projeção para o saldo em conta corrente de superávit para déficit decorre, segundo o BC, majoritariamente da reavaliação para baixo do saldo comercial esperado (de US$ 86 bilhões para US$ 42 bilhões)."Apesar da acentuada revisão para 2022, as projeções continuam indicando cenário favorável para as contas externas, com déficit em conta corrente inferior às entradas líquidas de investimento direto", reforça o BC.A projeção de IDP foi revista de US$ 55 bilhões para US$ 70 bilhões em resposta aos fortes fluxos registrados entre janeiro e maio, que levaram a razão entre IDP e PIB dos últimos 12 meses a patamares comparáveis aos observados no período pré-pandemia, segundo o BC."Diversos fatores podem estar favorecendo esse fluxo: a melhora da atividade econômica doméstica e da lucratividade das empresas; a retomada de projetos postergados devido à pandemia; e a demanda por investimentos em setores como energia, tecnologia e óleo e gás", aponta.A revisão mais significativa na projeção de 2022 entre os componentes da conta de transações correntes foi o aumento das importações (de US$ 257 bilhões para US$ 289 bilhões) — que atingiram em julho e agosto de 2022 dois dos três maiores valores mensais da série histórica, lembra o BC -, refletindo especialmente os preços maiores que o antecipado."Os preços das importações aumentaram fortemente até junho e, apesar da acomodação em julho e agosto, continuam em patamar alto, especialmente os preços de combustíveis e bens intermediários. O volume de importação, após recuar nos primeiros meses do ano, passou a crescer significativamente, mais uma vez com destaque para bens intermediários", aponta o relatório.O crescimento das importações ocorre em linha com o desempenho da atividade econômica...

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