Caixas eletrônicos se reinventam e vão muito além do saque

Com a digitalização trazida pela pandemia e o surgimento do Pix, houve quem dissesse que o dinheiro em papel perderia importância e, nesse sentido, o segmento de caixas eletrônicos estava fadado a passar por momentos complicados. Não foi o que ocorreu. Com o auxílio emergencial, a quantidade de dinheiro em circulação na verdade cresceu, os caixas eletrônicos - ou ATMs, como são chamados em inglês - encontraram um novo filão nos bancos digitais e a indústria também se adaptou ao Pix, criando novos serviços a partir dessa ferramenta. Agora, o advento do open banking traz ainda mais oportunidades.

Para Tiago Aguiar, superintendente de novas plataformas na TecBan, dona da rede Banco24Horas, o futuro do caixa eletrônico é ser um ponto de relacionamento, conectividade e segurança. “Muito mais do que o saque, o caixa eletrônico deve incorporar cada vez mais novas possibilidades de serviços e transações e isso deve ser impulsionado pelas diversas inovações que estão em curso no sistema financeiro”, afirma.

A TecBan é a maior rede independente de ATMs do Brasil, com mais de 24 mil máquinas espalhadas pelo país. Ela é detida pelos cinco grandes bancos (Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e Caixa). Ao mesmo tempo em que a companhia cresce, a rede própria de autoatendimento desses bancos teve redução de 13,5% nos últimos cinco anos, para 145,8 mil terminais. Em números absolutos, são 22.855 máquinas a menos. Segundo pesquisa da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), os caixas eletrônicos são o quarto canal mais usado, com 8% do total de transações, atrás do celular (51%), internet banking (16%) e pontos de venda no comércio (14%). Eles ficam à frente das agências, correspondentes bancários e telefone.

No mês passado, em mais um sinal de como o setor financeiro está mudando, pela primeira vez um grande banco liberou a instalação de um caixa eletrônico de um terceiro dentro de suas agências. A TecBan iniciou um projeto piloto com o Santander, em Goiás, e já informou que está em negociação com outras instituições. Em outros países, essa integração de caixas independentes dentro das agências já acontece há muito tempo.

A Saque Pague é a segunda maior operadora independente, com quase 2,5 mil caixas. O CEO da companhia, Givanildo Luz, também afirma que cada vez mais essas máquinas se tornarão pontos de relacionamento, incluindo para produtos não financeiros. “A pandemia acelerou a digitalização e os caixas são, na prática, um ponto de venda...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT