Câmara aprova requerimento para que Guedes esclareça offshore em paraíso fiscal

Em uma votação marcada por uma reviravolta, a Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira, por 310 a 142, um requerimento de convocação do ministro da Economia, Paulo Guedes, para prestar esclarecimentos sobre movimentações financeiros no exterior por meio de empresas offshore. Ainda não há data definida para que ele compareça ao plenário da Casa, mas a expectativa é que isso ocorra na próxima quarta-feira, dia 13.

Apenas o PSL, o PSC e o governo orientaram contra o requerimento de convocação de Guedes. Em defesa do chefe do ministro, o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), pediu que o requerimento fosse retirado de pauta e sugeriu que os deputados fizessem um acordo para transformar a convocação em um convite. Em troca, comprometeu-se a trabalhar para que Guedes comparecesse na próxima quarta-feira.

“O ministro tem explicações a dar e está disposto a fazer [isso]. Só não vejo razão de ser uma convocação. Queria propor que transformássemos a convocação em convite, que ele certamente atenderá com a presteza que tem tido com a Casa”, defendeu Barros. “Assunto é relevante. É adequado que [ele] dê explicações, embora já tenha explicado que a empresa não tem nenhuma relação com sua atuação como ministro da Economia”, completou.

No fim de semana, o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ) publicou uma série de reportagens, com base no vazamento de documentos batizados de “Pandora Papers”, citando mais de 330 pessoas públicas de 91 países e territórios que têm ou tinham empresas offshore, abertas em locais conhecidos como paraísos fiscais.

No Brasil, além de Guedes, o presidente do Banco Centra, Roberto Campos Neto e empresários também foram citados. Todos afirmaram que os recursos no exterior foram declarados aos órgãos competentes.

“O ministro Paulo Guedes, que controla a política econômica brasileira, que tem informações privilegiadas, obviamente está se beneficiando da política que ele controla. Da política fiscal, monetária, cambial. [Guedes] mandou quase...

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