Campos diz que PIB do 2º tri 'veio em linha' com a expectativa do Banco Central

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou nesta quarta-feira (1º de setembro) que o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre, divulgado hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), “veio um pouco mais fraco do que mercado esperava”.

“A gente provavelmente deve ter uma revisão um pouco para baixo no ano corrente”, afirmou em audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados, sem detalhar se estava se referindo a projeções do próprio BC ou do mercado.

Segundo ele, o resultado “veio mais ou menos em linha com o que o BC achava”.

“Já tínhamos um crescimento um pouco abaixo do que o mercado esperava”, disse.

O PIB brasileiro caiu 0,1% no segundo trimestre ante o primeiro, feito o ajuste sazonal, informou o IBGE. O resultado ficou abaixo da mediana das estimativas coletadas pelo Valor Data junto a 61 consultorias e instituições financeiras, que apontava para uma alta de 0,2%, com intervalo das projeções entre -0,3% e +0,8%.

Para o presidente do BC, o resultado do PIB deve diminuir a projeção mediana do mercado, de 5,22%, para o crescimento deste ano. A projeção é colhida pelo BC com instituições financeiras e consultorias, por meio do Boletim Focus. “Achamos que PIB de 2021 pode ficar um pouco abaixo de 5,22%, com o resultado de hoje”, disse.

Campos destacou que o desempenho da agropecuária e dos investimentos “vieram um pouco abaixo” do que era esperado, mas disse que não teve tempo de olhar os números com mais detalhes.

O presidente do BC comentou ainda que as taxas de juros no Brasil, “apesar de estarem subindo na ponta, ainda estão em níveis baixos”.

Sobre o quadro fiscal, garantiu que tem passado “sempre a mesma mensagem”. “Curiosamente, cada vez tem uma interpretação diferente”, disse. Segundo ele, a mensagem é que, apesar de ruídos de curto prazo, o país apresenta “um pano de fundo de melhora”. “Parte de fato [da melhora] é inflação (deflator do Produto Interno Bruto), mas parte não é”, disse.

De acordo com Campos, “no ano que vem volta a ter uma leve piora” no quadro fiscal, referindo-se à dívida bruta.

“Mesmo com a leve piora, a trajetória é muito melhor do que a gente esperava em 2020”, disse, referindo-se às projeções de instituições financeiras e consultorias para a dívida bruta no fim do ano que vem, colhidas no Boletim Focus. “Isso não é opinião...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT