Cenário no exterior impulsiona Ibovespa, mas ações do BB sofrem

O cenário de ampla liquidez global, com perspectiva de novos estímulos fiscais nos Estados Unidos e contínuo apoio monetário do Federal Reserve, sustentou o bom desempenho da bolsa brasileira nesta quinta-feira e o Ibovespa fechou em firme alta. No entanto, a despeito desse impulso importado do exterior, os riscos de ingerência no Banco do Brasil e as consequentes preocupações com o comprometimento do governo com a agenda liberal e reformista pesaram sobre as ações do banco estatal, que ficaram bem aquém da perfomance dos pares no setor privado.

Após ajustes, o Ibovespa fechou em alta de 1,27%, aos 123.481 pontos, com giro de R$ 23,396 bilhões. O bom desempenho contou o salto de diversos segmentos, incluindo os próprios bancos e ações de empresas ligadas a commodities, como Vale e siderúrgicas.

O que sustentou o ganho, de maneira geral, foram comentários do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, de que um aumento de taxas de juros nos Estados Unidos “estão longe” de ser iminentes. Prevaleceu, ainda, a expectativa dos investidores globais sobre o pacote de estímulo fiscal que o presidente-eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, deve anunciar em breve.

Todo esse contexto evitou um impacto maior de riscos domésticos na bolsa - a exemplo de uma possível interferência política do presidente Jair Bolsonaro no Banco do Brasil com ameaça de demissão de André Brandão da presidência da instituição. Ainda assim, o desempenho da ação do banco estatal ficou bem aquém do salto de outros papéis no segmento. A ação ordinária do Banco do Brasil caiu 0,24%, depois do tombo de quase 5% ontem. Com quase um abismo de distância, Bradesco ON subiu 3,17%, Bradesco PN ganhou 3,07% e Itaú Unibanco PN fechou em alta de 2,97%.

Bolsonaro teria decidido demitir André Brandão, depois da repercussão do plano de fechamento de agências e demissões voluntárias. De acordo com fontes ouvidas pelo Valor, há um movimento da equipe econômica para manter Brandão no cargo, o que ajudou a amenizar a queda das ações, mas a sinalização ainda é bastante negativa tanto para o banco como para o cenário macroeconômico.

A fritura de Brandão vai contra a discurso do presidente Bolsonaro, defendido durante toda a campanha eleitoral, de que se rodearia de profissionais de caráter técnico. Além disso, coloca em questão o comprometimento do presidente com a agenda liberal e reformista. “Por mais que o governo volte atrás e Brandão não seja demitido, Bolsonaro teria demonstrado que pode...

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