CNI prevê queda de 4,2% no PIB e diz que crescimento pré-pandemia não está garantido

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) avalia que o PIB brasileiro deve encolher 4,2% em 2020, segundo sua pesquisa Informe Conjuntural, divulgada nesta quarta-feira, segundo a qual a economia deve crescer 9% no terceiro trimestre, mas perderá força nos últimos três meses do ano. Já o PIB industrial deve crescer 10% no terceiro trimestre e encolher 4,1% no ano, segundo a entidade.

O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, avalia que a recuperação da crise está sendo rápida, mas não se pode confundir recuperação dos efeitos da crise com retomada do crescimento econômico.

Para Andrade, o crescimento econômico acima do patamar pré-pandemia não está garantido. A redução dos estímulos adotados para a economia atravessar o período mais agudo da crise desencadeada pela pandemia do novo coronavírus terá um efeito contracionista relevante e, se ocorrer de forma apressada, tende a prejudicar a recuperação, com impacto no consumo e no emprego.

“A redução progressiva dos estímulos fiscais do período da pandemia tornará visível as barreiras estruturais que o país enfrenta”, disse ele. “Antes da crise, o Brasil mostrava falta de competitividade. Por isso, sem avanços na agenda de reformas, em especial a tributária, a economia brasileira não sairá da armadilha da renda média”, completou o presidente da CNI.

“A questão que se põe, neste momento, é como acelerar essa retomada, adotando medidas para estimular um crescimento mais vigoroso e sustentado ao longo do tempo, com investimentos e criação de empregos”, alertou.

Em termos de saldo de emprego formal, a expectativa é que o segundo semestre mostre retomada do emprego até novembro. Dezembro normalmente registra saldo líquido negativo de empregos, o que vai fazer com que, apesar da recuperação do segundo semestre, o resultado anual de empregos com carteira não se afaste muito do resultado acumulado até agosto, de cerca de 850 mil postos de trabalhos fechados, diz a CNI. Mas o retorno de parte mais expressiva da população à força de trabalho, procurando emprego, deve fazer com que a taxa de desemprego suba.

Apesar disso, a CNI estima que mais pessoas consigam se reinserir no mercado de trabalho e estima que a taxa média de desocupação fique em 13,5% em 2020, 1,6 ponto percentual acima do registrado em 2019, quando alcançou 11,9% da força de trabalho.

O Informe Conjuntural avalia ainda que o spread bancário e as taxas de juros do setor financeiro bancário acompanharam o movimento de queda da Selic. O...

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