Com mais dados disponíveis, Bradesco e Morgan Stanley cortam previsão de PIB

Economistas projetam retração de até 5,1% neste ano e indicam recuperação em 2021, com estimativa de crescimento de até 3,5% Desde a intensificação da pandemia e do distanciamento social, os indicadores econômicos brasileiros pioraram de maneira significativa. O Bradesco projeta uma contração de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre e não descarta uma baixa de quase dois dígitos no segundo trimestre do ano. Com essa trajetória em mente, o banco agora estima que o PIB encolherá 4,0% em 2020 e deve se expandir 3,5% em 2021."A julgar pelos dados já conhecidos de vendas de automóveis, gastos de cartões de crédito e sondagens de confiança, a indústria e o setor de serviços devem ter quedas de cerca de 20% em abril, enquanto o comércio e o setor imobiliário, recuos da ordem de 15%", explicam os analistas do Bradesco.O tamanho da contração do PIB de 2020 ainda é muito incerto, já que diversos elementos da crise não estão claros. Mas, por ora, a expectativa no banco é que as quarentenas comecem a ser flexibilizadas em maior número de estados na segunda quinzena de maio e a hipótese de trabalho é que o retorno às atividades possibilitará uma gradual normalização da economia.

Comércio do centro de São Paulo vazio por causa da pandemia de coronavírus

Rovena Rosa/Agência Brasil"A curva de contaminação no Brasil, em nossas simulações, segue um padrão intermediário entre os "melhores" e os "piores" casos observados no mundo até o momento, o que gera essa perspectiva de reabertura gradual em algumas semanas", dizem.Sob essas hipóteses, e a de que as medidas fiscais e monetárias serão estendidas e ampliadas o quanto for necessário para evitar um colapso do sistema econômico e de pagamentos, o PIB de 2020 deve encolher 4,0%, na avaliação dos profissionais.Um aspecto "positivo" dessa crise é o quadro de inflação. "É crescente nossa convicção de que o IPCA ficará muito baixo em 2020 e 2021, flertando com o piso da meta ou ficando abaixo dele. Estimamos uma alta do IPCA de 2,2% em 2020 e de 3,0% em 2021", apontam.De acordo com os profissionais do Bradesco, a depreciação cambial tem sido mais do que compensada pela queda do preço das commodities e pela desaceleração da economia. "O hiato do PIB sugere uma grande folga nos próximos trimestres, o que manterá os preços de bens e serviços muito comportados, além dos administrados. Com isso, a inflação não será uma restrição a um importante afrouxamento monetário", acrescentam.

Morgan Stanley

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