Concursos Para Ingresso Na Magistratura
Autor | Luiz Guilherme Marques |
Páginas | 223-226 |
coNcursos Para
iNGrEsso Na MaGistratura
Com o respeito que devo aos dedicados organizadores de concursos para
ingresso na magistratura, gostaria de abordar 3 pontos relacionados a
esse assunto:
1 – a prova de múltipla escolha;
2 – o exame psicotécnico;
3 – o tipo de candidato que se pretende selecionar.
Falemos um pouco sobre cada um desses tópicos.
1 – A prova de múltipla escolha facilita o trabalho dos examinadores, não
resta dúvida. Ela reduz, drasticamente, sem maior diculdade, o número de
inscritos, eliminando sumariamente os menos preparados, mas atingindo
também alguns em boas condições. Parece-me uma forma muito mecânica
de avaliar. Não conseguiria chamá-la de justa.
2 – O exame psicotécnico deveria ser eliminatório, tal como acontece no Rio
Grande do Sul, pois avalia se os candidatos têm o perl psicológico desejável.
Não basta somente o bom nível intelectual, se o candidato não tem vocação
para a magistratura.
3 – A valorização exagerada do potencial intelectual dos candidatos,
avaliados através de questões quase inalcançáveis e frequentemente inúteis,
pode incutir na mente dos futuros prossionais um distanciamento do lado
humano que as populações cobram dos juízes atuais.
Acredito que se deva, de alguma forma, vericar se os candidatos têm
verdadeiro espírito público, ou seja, têm a vocação de servir que se exige dos au-
tênticos servidores públicos.
Quem não tem essa mentalidade não poderia ser servidor público. Deveria
escolher outra prossão que não exige contato diuturno com o público para
prestar-lhe serviço.
Sem querer desmerecer os padrões nacionais, mas apenas como fator de
comparação, apresento o modelo francês.
Transcrevo um trecho do meu livro A Justiça da França:
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