Como Conseguir Muitos Acordos

AutorLuiz Guilherme Marques
Páginas208-209
coMo coNsEGuir Muitos acordos
Uma das contribuições que cada operador do Direito pode dar à Justiça é
apresentar sugestões para seu aprimoramento, principalmente se testou
suas ideias no dia a dia com bons resultados.
Há basicamente dois tipos de magistrados: 1) aqueles que visam principal-
mente impor sua vontade às partes (usando a legislação, a jurisprudência ou o
arbítrio); 2) aqueles que procuram resolver denitivamente os problemas.
Quando são prolatados um acórdão ou sentença, normalmente declara-
se um vencedor, geralmente amargando o vencido os sentimentos de inveja e
ódio, que podem impulsioná-lo a iniciar outros processos. A desavença entre
as partes costuma perdurar.
Uma vez celebrado acordo, além de encerrar-se um processo, a tendên-
cia é extinguir-se a desavença.
A vontade judicial (sob qualquer das suas três formas acima apontadas)
representa a visão de um estranho sobre o problema vivenciado pelas partes.
Tratam-se as decisões judiciais de “intromissão” de um estranho no mun-
do pessoal das partes. O sentimento das partes é de incômodo em relação
àquelas pessoas que têm o direito legal de determinar-lhes coisas a fazer ou
deixar de fazer. Ninguém gosta de ser julgado, principalmente quem se sente
culpado, que costuma sentir ódio pelo “ditador”.
O acordo representa a manifestação da vontade das partes em conjunto.
Na verdade, somente elas sabem o que lhes é mais conveniente. Nada melhor
que deixá-las resolverem seus próprios problemas.
Precisamos contribuir para os cidadãos se habituarem a resolver seus
conitos interpessoais por si próprias, ou seja, dialogando.
Um povo que não dialoga perde um tempo enorme com suas rusgas e
falta de objetividade.
A procura pela Justiça deve ser o último recurso, utilizável apenas para
os casos mais graves.
Um dos fatores que tem dicultado muitos acordos é a preocupação
excessiva de alguns advogados com seus honorários.
Outro fator é a mentalidade ditatorial de alguns magistrados, que gostam
demais de exercer o papel de presidente nos processos e não aceitam se apa-
garem e deixarem as próprias partes decidirem em conjunto.
O espírito belicoso que se tem cultivado nas pessoas levam-nas também
a criar resistência aos acordos.
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