Cooperação internacional amplia impacto da restauração ambiental, diz estudo

Um estudo inédito analisou o efeito sobre o clima e a biodiversidade da restauração de áreas prioritárias de florestas, pastagens, estepes, pântanos e ecossistemas áridos que foram substituídos por cultivos em todo o mundo. A proteção de 30% das áreas identificadas como prioritárias somadas aos ecossistemas que hoje conservam seu estado natural absorveriam o equivalente a 49% de todo o carbono que se acumula na atmosfera há 200 anos. Além disso, salvaria a maior parte das espécies ameaçadas de extinção.

Este é um dos resultados do estudo “Global priority areas for ecosystem restoration” conduzido por 27 pesquisadores de 12 países e publicado hoje na revista Nature. A equipe líder do estudo é brasileira, coordenada pelo economista Bernardo Strassburg, diretor-executivo do Instituto Internacional para a Sustentabilidade. Trata-se do primeiro estudo global de áreas prioritárias para a restauração de ecossistemas.

Um dos aspectos da nova abordagem do estudo é que pode ser usada para grandes empresas interessadas em restaurar áreas prioritárias. A nova tecnologia pode melhorar a relação custo-benefício da investida em 13 vezes.

O primeiro passo do trabalho foi identificar, de forma acurada, quais seriam as áreas prioritárias para conservação no mundo e que deveriam ser restauradas de forma a recuperar seu ecossistema original.

O trabalho analisou todas as áreas convertidas para agricultura e pastagens no planeta e chegou a 2,87 bilhões de hectares de ecossistemas convertidos em terras agrícolas no mundo todo.

Deste total, mais da metade (54%) era originalmente ocupado por florestas, 25% pastagens naturais, 14% estepes, 4% terras áridas e 21% pântanos.

Depois de identificadas, explica Strassburg, a restauração destas áreas foram consideradas levando-se em conta três critérios — efeitos na biodiversidade, armazenamento de carbono e custo-benefício. A intenção era ver qual percentual de restauração traria mais benefícios para o clima, a biodiversidade e com menos custos.

A ideia da nova metodologia — batizada de Plangea, uma plataforma que aplica vários critérios em um modelo matemático — é maximizar os efeitos na proteção do clima e da biodiversidade e minimizar os custos da restauração.

Uma das conclusões é que, se todos os países restaurarem 15% de suas florestas, há redução de 28% dos benefícios ligados à biodiversidade, 29% na proteção ao clima e um aumento de 52% nos custos. Mas uma abordagem de alcance mundial e não apenas nacional teria...

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