Crédito de carbono já atinge patamar bilionário no país

O mercado de crédito de carbono já rende cifras bilionárias para as empresas brasileiras. Apenas um dos portfólios da consultoria e gestora Future Carbon, o de energias renováveis, já reúne 18 projetos, com 70 milhões de toneladas de captura de carbono e US$ 210 milhões em valor, ou seja, mais de R$ 1 bilhão, segundo a sócia Marina Cançado, que participou ontem da mesa redonda de Finanças Sustentáveis promovida pela AYA Initiative e Sistemiq International, com apoio do Valor.

De acordo com a especialista, a casa está captando também um fundo de US$ 1 bilhão para a aquisição de 1 milhão de hectares de floresta na Amazônia para a geração de créditos de carbono. “Nós mapeamos cerca de 2,3 milhões de hectares chave na Amazônia para fechar o problema do desmatamento”, avaliou.

Na visão de Cançado, “o crédito de carbono é uma nova classe de ativos e existe uma oportunidade gigantesca em termos de mecanismos de investimentos”. A gestora afirmou que “toda empresa está sentada em um potencial de geração de crédito de carbono, que significa dinheiro, e é possível ser vendido no mercado internacional”. A Future Carbon se especializou em implementar todas as fases do processo de geração de créditos de carbono por uma companhia projeto, desde a elaboração do inventário de reduções até a comercialização dos ativos identificados no mercado internacional.

A consultora explicou que, no exterior, a tonelada de redução de carbono tem preço entre US$ 3 e US$ 4, mas o valor tende a subir nos próximos anos, conforme a demanda por compensação de emissões aumente. “Vendemos um portfólio antecipado de 30 anos por US$ 15 a tonelada.”

O setor público também tem tomado a iniciativa de desenvolver o mercado interno. O diretor do BNDES, Bruno Aranha, enxerga o carbono hoje para o Brasil como “fundamental dentro desse cenário de segurança climática no mundo”. Segundo o dirigente, o banco de fomento enxerga o crédito de carbono “como um novo ativo, mas que hoje ainda é embrionário em termos de geração”.

O BNDES tem realizado diversas iniciativas para impulsionar a evolução do segmento. De acordo com Aranha, a instituição lançou recentemente, para ajudar a fomentar o crédito ao segmento, um fundo com recursos mistos, dos quais R$ 90 milhões são de capital não reembolsável aportados pela instituição para servir de garantia aos bancos comerciais em linhas de financiamento a projetos com potencial de geração de créditos de carbono.

Conforme o diretor do BNDES, outra...

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