Demanda reprimida e férias levam confiança de serviços a 1º patamar favorável em 8 anos, diz FGV

A demanda reprimida do brasileiro por serviços, cujo acesso ficou restrito nas ações de isolamento social nos últimos dois anos da pandemia, bem como as férias escolares em julho impulsionaram a confiança do setor a registrar, na leitura da Fundação Getulio Vargas (FGV), primeiro patamar em quadrante favorável em oito anos, neste mês.

A informação é de Rodolpho Tobler, economista da FGV, ao falar sobre a alta de 2,2 pontos no Indice de Confiança de Serviços (ICS) em julho ante junho. Além de indicar boa perspectiva para o PIB do terceiro trimestre - visto que serviços representa mais de 70% da economia -, o aumento fez com o indicador subisse de 98,7 pontos, em junho para 100,9 pontos em julho.

Foi a primeira vez que o ICS ultrapassou a barreira dos 100 pontos, quadrante favorável do índice, desde setembro de 2013 (100,5 pontos), afirmou Tobler. Ele não descartou continuidade de bom cenário, mas faz um alerta: ainda é incerto se a demanda em alta no setor continuará, na mesma intensidade, até fim de 2022.

"O setor de serviços está bem melhor do que o setor de comércio", observou o técnico, notando que o varejo ainda opera com sinais de vendas e confiança em baixa, em julho. No caso de serviços esse mês, os empresários do setor revelaram-se positivos tanto nas avaliações sobre momento presente quanto em expectativas.

Na evolução dos dois sub-indicadores componentes do ICS, o Indice de Situação Atual (ISA) subiu 2,7 pontos em julho ante junho, para 100,8 pontos; enquanto o Indice de Expectativas (IE) avançou 1,6 ponto, para 100,9 pontos.

Ao explicar o porquê de serviços, em julho, operar com confiança em alta, diferente de comércio, mesmo com ambiente macroeconômico desafiador de juros e inflação elevados, além de crédito restrito (que diminui poder aquisitivo) o técnico notou que, diferente do comércio, a economia de serviços ainda opera com demanda reprimida expressiva.

No auge da pandemia, o comércio lidou com continuidade de procura, principalmente e-commerce - diferente de serviços, prejudicado por fechamento ou limite de capacidade em bares, restaurantes e hotéis, além de restrições em viagens.

Mas em 2022, esse quadro de restrições praticamente não existe mais para serviços, notou o técnico. "Nós podemos dizer que foram dois...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT