Divisao Sexual do Trabalho: abordagens feministas sobre transformacoes e permanencias de relacoes hierarquicas no Brasil e na Franca.

AutorBelo, Amanda Kelly
CargoResena de libro

ABREU, A.R. de P.; HIRATA, H.; LOMBARDI, M.R. (orgs.). Genero e Trabalho no Brasil e na Franca: perspectivas interseccionais. Sao Paulo: Ed. Boitempo, 2016.

A producao da coletanea Genero e Trabalho no Brasil e na Franca: Perspectivas Interseccionais, organizada pelas pesquisadoras Alice Rangel de Paiva Abreu, Helena Hirata e Maria Rosa Lombardi, e decorrencia da realizacao do Coloquio Internacional Trabalho, cuidado e politicas sociais: Brasil-Franca em debate, realizado no Brasil, mais especificamente nas cidades de Sao Paulo e Rio de Janeiro, de 26 a 29 de agosto de 2014. Contou com uma parceria entre pesquisadoras/es francesas/es da Rede Mage (Mercado de Trabalho e Genero) e pesquisadoras/es de diversas universidades e instituicoes brasileiras. Reafirma a proficua interlocucao cientifica entre investigadoras/es brasileiras/os e francesas/es na busca por desvelar a realidade desses paises e acumular conhecimento no que concerne a categorias como trabalho, genero, raca e classe social.

Publicada originalmente na Franca, com o titulo Genre, race, classe: travailler en France et au Bresil pela editora "L'Harmattan" em 2016, teve sua edicao em portugues datada de junho do mesmo ano. Segundo as organizadoras, nao pretende realizar apenas uma comparacao entre o Brasil e a Franca, antes objetiva apreender e refletir sobre as diferenciacoes e hierarquias atraves das quais se constroem as relacoes desiguais de trabalho de mulheres e homens nessas duas realidades, seja no espaco da producao de riqueza ou no espaco da reproducao e "producao do viver em sociedade" (KERGOAT, 2016, p.18), entendendo esses espacos como intimamente imbricados.

Esta coletanea, sob o enfoque de diferentes perspectivas teoricas e metodologicas, evidencia a situacao das mulheres no Brasil e na Franca, ressaltando que nas duas experiencias o ascendente ingresso delas no mercado de trabalho remunerado, mediante os interesses do modelo de producao capitalista, tem se delineado de forma especifica, quando este apropria-se, por vezes, de qualidades consideradas femininas em detrimento de qualificacoes estritamente profissionais. Feministas materialistas e imbricacionistas questionam nesta obra as formas pelas quais se da esta insercao em um contexto de mundializacao do capital, com base na ideologia politica e economica neoliberal, e se isto tem configurado um avanco para as mulheres (e para quais mulheres) ou um "prolongamento das logicas patriarcais, alem de racistas-coloniais e classistas, anteriores" (FALQUET, 2016, p.38).

A publicacao se destaca ao apresentar...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT