Dólar fecha em baixa à espera do Copom

A combinação de exterior ligeiramente positivo, poucas falta de conteúdo considerado explosivo vindo da CPI e certa expectativa de que o Copom possa adotar um tom mais ‘hawk’ (inclinado à retirada dos estímulos) no comunicado que sai em poucas horas ajudou o dólar a ter novo dia de queda firme nesta quarta-feira.

A moeda americana encerrou em baixa de 1,20%, a R$ 5,3647. Com isso, o real teve, com alguma folga, o melhor desempenho do dia. Contra o dólar neozelandês, que veio logo abaixo, o dólar cedia 0,91% no horário acima.

A apreciação do câmbio local ocorreu desde o início do dia, embalada pelo relatório da Automatic Data Processing (ADP), que apontou uma geração de 742 mil vagas no mercado de trabalho americano em abril, abaixo do consenso de 800 mil vagas. No entanto, enquanto o dólar recobrou alguma força ao longo da sessão lá fora, o real continuou a se valorizar, embalado por fatores domésticos.

Para integrantes de uma gestora local, o depoimento do e-ministro da Saúde, Nelson Teich, foi “protocolar” e não acrescentou muito ao que Henrique Mandetta (DEM-MS) havia dito ontem. A sensação após as duas participações, inclusive, é de que o potencial explosivo da CPI não se confirmou até o momento.

“Achei que Mandetta pudesse sair como Sergio Moro [ex-ministro da Justiça e Segurança Pública], deixando o rastro de alguma investigação. Mas ele não trouxe nada de relevante além do que já se sabia: que o presidente defendia a cloroquina e é negacionista”, diz um profissional, que preferiu não ser identificado. “Não me pareceu nada demais nem Bolsonaro pode ser indiciado, no direito administrativo, apenas por defender algo”, complementa.

Outro fator que contribui para diminuir o potencial de estrago da CPI até agora foi o noticiário concorrido, o que pode ter sido inclusive feito de caso pensado, continua este interlocutor, citando o fato de que o ministro Paulo Guedes estava participando, também ontem, de uma audiência na Câmara, ou a própria decisão de Arthur Lira (PP-AL) ter dissolvido a comissão parlamentar mista da reforma tributária no momento da leitura do...

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