Dólar sobe a R$ 5,42 e volta aos níveis de maio em meio a risco global

A combinação de preocupações persistentes da redução dos estímulos nos Estados Unidos com o receio de uma crise energética global causaram uma debandada dos ativos de risco global no pregão de hoje. Investidores voltaram a buscar a proteção do dólar e se desfazer de moedas emergentes, entre elas, o real. No Brasil, o viés trazido de fora acabou intensificado por preocupações relativas à dinâmica da inflação doméstica, bem como sobre pressões para a extensão do auxílio emergencial, o que fez a moeda americana alcançar patamares não vistos em quase cinco meses.

No momento mais tenso do dia, o dólar chegou a ser cotado a R$ 5,45. No entanto, acabou não sustentando o nível psicológico e moderou o movimento, encerrando em alta de 0,88%, a R$ 5,4254. Ainda assim, este é o maior patamar de fechamento desde 4 de maio, quando a moeda americana encerrou cotada a R$ 5,4297 no Brasil.

Lá fora, o mau estar causado pela indicação do Federal Reserve de que irá fazer um ‘taper’ mais rápido continua fazendo os treasuries subirem. Nessa manhã, o rendimento da T-note de 10 anos alcançou 1,52%, patamar não visto desde junho. Já o índice DXY da ICE, que compara o dólar contra uma cesta de moedas de países ricos, avançava 0,36% no horário de fechamento do Brasil, aos 93,76 pontos.

"O viés de alta para o dólar continua a dominar à medida em que os juros das treasuries avançam”, notam analistas do Brown Brothers Harriman. "A postura mais dura do Fed, a alta dos juros americanos e os riscos advindos da China devem ajudar a manter o rali do dólar em funcionamento", acrescentam, observando ainda que os futuros dos fed funds já apontam, neste momento, para uma primeira elevação dos juros nos EUA já no quarto trimestre do ano que vem.

Em seu depoimento ao Congresso, o presidente do Fed, Jerome Powell, pouco fez para abrandar esse receio. O dirigente reforçou que a inflação deve permanecer alta ainda por algum tempo por causa de questões transitórias, como gargalos de oferta, que têm demorado a encontrar solução. "Precisamos que os gargalos de oferta sejam resolvidos antes de vermos um alívio da inflação", disse Powell.

No Brasil, investidores também digerem a ata do Copom, em que a autoridade monetária mantém sua visão de que o atual ritmo de ajuste...

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