Empresas de oxigênio medicinal alertam sobre riscos de internações de pacientes de covid-19 em UPAs

Empresas que produzem oxigênio medicinal têm emitido alertas para autoridades de saúde sobre os riscos de transformar unidades de pronto atendimento, como UPAs, em unidades de internação para pacientes de covid-19. O temor é o de que situações como as ocorridas no mês passado, em São Paulo, voltem a ocorrer.

Em 19 de março, dez pacientes da UPA Ermelino Matarazzo, na zona leste da capital paulista, tiveram de ser transferidos às pressas por ameaça de falta de oxigênio. Três dias depois, seis pacientes que estavam em outra UPA da zona leste, a Tito Lopes, também foram transferidos após um defeito no sistema de oxigênio.

Dados mais recentes do governo de São Paulo indicam um total de 23.854 pessoas internadas até domingo por covid-19. Do total, 11.199 estavam em leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) e outras 12.665, em leitos de enfermaria. Na sexta-feira, eram registradas 24.792 internações, sendo 13.194 em UTI e 11.598, em enfermaria.

Em entrevista coletiva na última sexta-feira, o governo estadual informou que houve um decréscimo de 1,4% ao dia em novas internações e de 0,8% ao dia em UTIs para pacientes moderados e graves de coronavírus. Essa evolução foi a justificativa dada para flexibilizar as medidas de restrição e permitir a abertura do comércio a partir deste domingo.

Entretanto, a redução das ocupações dos leitos não levou à queda da produção do oxigênio medicinal, um dos principais fármacos usados para tratar pacientes de covid-19. Empresas do setor informam que continuam com 100% de suas fábricas funcionando para atender a demanda.

Outra preocupação desses executivos é quanto a infraestrutura de onde eles entregam os produtos. Os problemas envolvem locais como tanques de estocagem de oxigênio e redes centralizadas para o gás, ou o fato de o espaço não possuir sistemas com a dimensão adequada para a expansão do consumo.

Newton Oliveira, diretor-presidente da Indústria Brasileira de Gases (IBG), com sede em Jundiaí (SP), afirmou já ter comunicado diversos clientes, tanto públicos quanto privados, dos riscos de abrir espaços sem o planejamento adequado.

"O grande aumento na demanda está fazendo com que os equipamentos instalados não suportem a pressão. Quando isso acontece pode até congelar o vaporizador [responsável por transformar o oxigênio líquido em gasoso] e, em último caso, levar oxigênio medicinal líquido direto para o paciente, podendo provocar sérios danos à saúde", afirmou.

Em nota, a White Martins disse "que vem...

Para continuar a ler

PEÇA SUA AVALIAÇÃO

VLEX uses login cookies to provide you with a better browsing experience. If you click on 'Accept' or continue browsing this site we consider that you accept our cookie policy. ACCEPT