Endividamento deve ser recorde pelo 2º ano puxado por empréstimos entre mais pobres, diz CNC

O endividamento das famílias brasileiras deve bater recorde pelo segundo ano consecutivo, impulsionado por necessidade de crédito entre os mais pobres, que tomam emprestado cada vez mais, para fazer frente às despesas do dia a dia.A avaliação é de Izis Ferreira, economista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), ao comentar os resultados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) de janeiro, anunciada hoje.Na Peic de janeiro, a parcela de endividados na pesquisa, na média nacional, permaneceu em 78% dos entrevistados, mesma fatia de dezembro de 2022 - embora acima de janeiro de 2022 (76,1%).No entanto, ao se focar apenas famílias com renda mensal até três salários-mínimos mensais, a proporção de endividados ficou em 79,2% em janeiro desse ano, acima da média nacional, sendo também superior às fatias registradas na mesma faixa de renda em dezembro de 2022 (78,9%) e de janeiro de 2022 (76,5%).Izis comentou que, no caso da evolução do quadro nacional de endividamento, a perspectiva é de ao término de 2023 a fatia de endividados na pesquisa fique em 79% - sendo que, em 2022, já foi recorde para a Peic, em 77,9%.A economista ponderou que, na prática, os juros devem continuar a operar em patamar elevado esse ano. Isso dificulta recuo em patamar de endividamento porque dificulta possíveis renegociações.E entre os que precisam de crédito, os mais pobres são destaque e, mesmo com perspectiva de crédito com custo mais caro, tendo em vista continuidade de patamar elevado dos juros, os de menor renda continuarão a tomar empréstimos.A especialista lembrou que a faixa de renda de menor poder aquisitivo, de até três salários-mínimos, usa cada vez mais cartão de crédito para...

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