Ernesto diz que busca apoio dos EUA contra 'narcossocialismo'
Durante 30 anos, o Brasil optou pelo "narcossocialismo", mas agora, no governo de Jair Bolsonaro, o país finalmente está no caminho da democracia liberal com economia de mercado e voltou a ser um parceiro estratégico dos Estados Unidos.
Esse foi o recado do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, em evento virtual nesta sexta-feira (5) realizado pelo think tank americano Council of the Americas.
"Bolsonaro tem um projeto de transformar o Brasil em uma moderna economia de mercado, incentivar privatizações e acabar com o clientelismo e a corrupção, e queremos que os Estados Unidos sejam nosso parceiro chave para isso", afirmou Ernesto.
Em quase 45 minutos de discurso em inglês, o ministro enfatizou também a necessidade de uma parceria de defesa e segurança com os Estados Unidos. "Queremos trabalhar com grandes democracias no hemisfério, como os EUA e o Canadá, para livrar a América Latina do narcossocialismo. Para evitar que cresçam os projetos totalitários na região, precisamos lutar contra o crime organizado", disse.
De acordo com o chanceler, uma rede criminosa mantém o ditador Nicolás Maduro no poder, e o Brasil está investigando as conexões do líder venezuelano com o crime organizado. "Infelizmente, o terrorismo e o crime estão vivos e estão crescendo na região, ameaçando a democracia não apenas na Venezuela, mas em todos os países", afirmou.
Ele resumiu a ameaça atual à América Latina como "um sistema político criminal contra lei e ordem, economias abertas e democracia real". "O Brasil era parte do problema, agora estamos tentando ser parte da solução, e os Estados Unidos são um ator fundamental."
Ernesto tentou dissipar o mal-estar entre o governo Bolsonaro e a administração Joe Biden. Bolsonaro foi um dos últimos chefes de Estado a reconhecer a vitória do democrata na eleição de 2020, aderindo a teorias da conspiração de que o pleito havia sido fraudado, e o próprio Ernesto chegou a expressar endosso aos invasores do Capitólio no dia 6 de janeiro, chamando-os de "cidadãos de bem".
Segundo o chanceler, Biden e Bolsonaro trocaram diversas cartas e criaram um arcabouço de confiança e valores compartilhados. "Eles têm até as mesmas iniciais, J.B.", brincou.
"Para nós, nada mudou no dia 20 de janeiro [posse de Biden]. Compartilhamos visão de mundo de que precisamos trabalhar juntos contra o crime organizado e as ameaças à democracia na região e no mundo", disse. Em seu programa de governo, Biden havia anunciado a intenção de...
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