Un estudio de las paginas web corporativas como instrumento de externalizacion del conocimiento explicito en universidades.

AutorAntonio Gaspar, Marcos

Um Estudo dos Portais Corporativos como Instrumento de Externalização do Conhecimento Explícito em Universidades

A Study of the Corporative Portals as a Tool of Explicit Knowledge Externalization in Universities

1 INTRODUÇÃO

No atual cenário dinâmico que se impõe ao mundo corporativo, o conhecimento desempenha um papel fundamental na diferenciação de uma organização entre seus pares em seu ambiente de atuação. Apesar da geração do conhecimento ser vital, no sentido de propiciar criatividade e inovação às organizações, faz-se necessário ainda que haja uma eficaz gestão desse conhecimento produzido, de tal sorte que proporcione mudanças que agreguem valor às organizações. Para a viabilização desse complexo mecanismo, adicionam-se as ferramentas atualmente disponíveis da Tecnologia da Informação e Comunicação que exercem crescente importância nos sistemas organizacionais contemporâneos. Ou seja, a evolução e até a própria sobrevivência de uma organização estão profundamente calcados na gestão do conhecimento por ela produzido e, para tanto, há ferramentas que a Tecnologia da Informação e Comunicação pode disponibilizar para o correto gerenciamento da criação e disseminação desse conhecimento.

Para alcançar uma gestão do conhecimento gerado na organização que produza resultados econômicos reais, Ferreira e Neves (2005) apontam dois fatores que devem ser observados: a capacidade de operar com agilidade em conseqüência do uso crescente de operações virtuais, oriundas de configurações organizacionais em rede e o aumento expressivo de investimentos em aprendizagem organizacional, com foco no binômio formação pessoal e implantação de sistemas informatizados. Drucker (1999) já havia evidenciado, anteriormente, a importância do trinômio conhecimento, novas tecnologias e talento dos profissionais na administração das organizações.

A Tecnologia da Informação e Comunicação surge, então, como poderosa aliada à criação e disseminação do conhecimento gerado na organização. A integração proporcionada por essas ferramentas por meio de um portal corporativo disponibiliza novas possibilidades às organizações. Tais configurações propiciam o colaboracionismo no trabalho, disseminando informações e conhecimentos com uma velocidade nunca antes vista. Assim sendo, funcionários, clientes, fornecedores, parceiros e demais colaboradores da organização interagem de forma criativa e inteligente, buscando benefícios comuns.

Os portais corporativos, quando utilizados pelas universidades, acabam por compor uma ferramenta indispensável a esse tipo de organização, que tem como premissa básica a geração e disseminação de conhecimento à sociedade que a abriga. Nesse sentido, as universidades, ao lançarem mão do seu próprio portal corporativo, têm uma grande oportunidade de exteriorizar o conhecimento gerado dentro de si não somente para o seu público interno, mas também para o público externo mais diretamente envolvido em seus processos cotidianos e, numa visão mais abrangente, para a sociedade como um todo. Tal assertiva coincide com o posicionamento de Polizelli (2008) que evidencia a universidade como um dos principais atores do atual estágio de desenvolvimento da sociedade da informação.

O conhecimento explícito disponibilizado nos conteúdos dos portais corporativos das universidades é fator importante para avaliar o seu respectivo grau de utilização, no sentido de otimizar os fluxos informacionais e a geração de novos conhecimentos. Tendo em foco tal objetivo, o presente estudo exploratório de natureza qualitativa analisou uma amostra intencional de cinco portais corporativos de grandes universidades da região Sudeste do Brasil (duas universidades públicas e três privadas), diagnosticando os diferentes conteúdos existentes em seus websites: as principais informações e conhecimentos explícitos disponíveis, os tipos de serviços oferecidos e os públicos-alvo atendidos.

O artigo estrutura-se em quatro seções posteriores. A primeira expõe o referencial teórico, relacionando a geração do conhecimento, os portais corporativos em universidades e a disseminação do conhecimento em universidades. A segunda seção delineia a metodologia empregada na pesquisa. Na terceira seção encontram-se a análise e discussão dos resultados auferidos na pesquisa de campo. Por fim, a última sessão apresenta as principais conclusões do estudo, além de suas limitações e sugestões para estudos futuros.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Importância da geração de conhecimento

No atual estágio de evolução da sociedade contemporânea, a informação e o conhecimento passaram a assumir um papel central no sucesso das organizações. Entretanto, há de se estabelecer uma diferenciação entre informação e conhecimento. Para Davenport e Prusak (1998), a informação é uma entidade relevante, que possui significado e traz consigo alguma finalidade, atuando no comportamento do seu criador em relação à tomada de decisões. Denota-se, então, a importância da informação para as organizações. Porém, mais do que a informação, o conhecimento originado por meio do processamento de informações disponíveis interna ou externamente é que efetivamente mais contribui para o sucesso da organização.

Na visão clássica da cultura grega, o conhecimento era considerado algo de certa forma inabalável e inquestionável. Já Nonaka e Takeuchi (1997) propõem que o conhecimento seja encarado como um processo pragmático e essencialmente humano, sempre em contínuo desenvolvimento. Davenport e Prusak (1998) sugerem que o conhecimento seja composto pela informação avaliada na mente humana, incluindo-se aí suas respectivas reflexão, síntese e contextualização. De forma complementar, De Sordi (2008, p. 12) entende que conhecimento seja o "novo saber, resultante de análises e reflexões de informações, segundo valores e modelo mental daquele que o desenvolve, proporcionando a este melhor capacidade adaptativa às circunstâncias do mundo real". Fleck (1997) associa mais uma importante característica ao conhecimento: o significado que este dá às coisas e fatos. Portanto, o conhecimento é que capacita as pessoas a agirem e lidarem de forma inteligente com todas as fontes de informação disponíveis por meio da aplicação prática dessas informações e conhecimentos recebidos.

Assim, o conhecimento é inerente ao desenvolvimento do ser humano, sob quaisquer condições. Tendo-se ainda como premissa que o homem é um ser essencialmente sociável em sua busca por vida coletiva, pode-se compreender que as organizações, que são feitas de e por seres humanos, compõem-se em elementos perfeitos para a farta geração e disseminação de conhecimentos.

Para Nonaka e Takeuchi (1997), o conhecimento humano pode ser categorizado em dois tipos: tácito e explícito. Conhecimento tácito é aquele que está na mente das pessoas, possuindo forte ligação com a experiência de cada indivíduo, sendo difícil de ser compartilhado e dependente da história de vida de cada um, de seus valores e modelos mentais; ou seja, seria o conhecimento subjetivo. Já o conhecimento explícito é codificado em linguagem formal e sistemática, podendo ser encontrado em documentos e projetos e materializado no próprio produto, serviço ou processo da organização.

Nonaka (2001) entende que o processo de geração e disseminação do conhecimento seja, antes de tudo, um processo de conversão social partindo do indivíduo para o grupo, do grupo para a organização e da organização para outras pessoas e organizações. Nesse movimento, o conhecimento tácito e o conhecimento explícito se expandem em termos quantitativos e qualitativos. A geração do conhecimento é apresentada por Nonaka e Takeuchi (1997) por meio de um modelo que representa quatro modos de conversão de conhecimento: socialização, externalização, combinação e internalização, conforme exposto na Figura 1 a seguir.

[FIGURA 1 OMITIR]

A socialização consiste no compartilhamento das experiências entre os indivíduos, que aprenderiam por meio da observação e interação uns com os outros, sem necessariamente utilizar a linguagem. Esse modo de criação de conhecimento seria um importante ativo na aquisição do conhecimento tácito. Já externalização é um processo de articulação do conhecimento tácito em conceitos explícitos, notadamente mediante o compartilhamento de metáforas, analogias, modelos ou histórias, ocorrendo geralmente por meio do diálogo e da reflexão coletiva. É muito importante para a criação do conhecimento, uma vez que gera conceitos novos e explícitos a partir do conhecimento tácito. A combinação é um processo de organização de conceitos em um sistema de conhecimento, ou seja, é o modo pelo qual partes até então incompatíveis de conhecimento explícito já existentes se combinam, criando assim um novo conhecimento explícito. Finalmente, na internalização verifica-se o processo de incorporação do conhecimento explícito ao conhecimento tácito. Está intimamente relacionada ao 'aprender fazendo', principalmente por meio do compartilhamento de modelos mentais ou expertise técnica. Nela há a aprendizagem e socialização mediante a repetição de uma tarefa, a fim de que os conhecimentos explícitos transformem-se em conhecimento tácito (NONAKA; TAKEUCHI, 1997).

Além da importância intrínseca do conhecimento como gerador de mais conhecimentos às organizações contemporâneas, a relevância da gestão da geração e disseminação de conhecimentos vai muito além, mormente quando se reflete sobre temas atuais tais como 'sociedade da informação' ou 'sociedade do conhecimento'. Davenport e Prusak (1999) ponderam que o conhecimento pode gerar retornos crescentes e novas perspectivas para as organizações, principalmente à medida que os ativos do conhecimento aumentam com o seu uso, uma vez que idéias geram novas idéias e o conhecimento compartilhado enriquece todos aqueles que dele participam. Nonaka (2001) enfatiza que a compreensão das idéias, intuições e conhecimentos existentes na organização seja imprescindível ao sucesso das instituições modernas...

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