Flexibilidade, Complexidade e Formulação de Diretrizes para o Desenvolvimento da Agricultura Fluminense

AutorJoão Eduardo de Alves Pereira
Páginas587-609
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FLEXIBILIDADE, COMPLEXIDADE E FORMULAÇÃO DE
DIRETRIZES PARA O DESENVOLVIMENTO
DA AGRICULTURA FLUMINENSE
João Eduardo de Alves Pereira
RESUMO
A crise da economia brasileira produziu no caso específico do Estado do
Rio uma severa redução em sua economia. A reversão desse quadro passa pela
recuperação da capacidade de crescimento dos setores que compõem a economia
estadual, inclusive, o setor agrícola, embora este tenha uma reduzida participação
na formação do PIB fluminense. Este breve artigo procura contribuir para o debate
sobre o potencial de desenvolvimento do setor agrícola fluminense, numa
conjuntura de severas restrições financeiras e orçamentárias. Isto leva a uma
valorização de políticas públicas com base em enfoque regulatório voltado à
redução das assimetrias de informação entre participantes das cadeias produtivas
complexas, flexíveis e com especificidades de localização.
Palavras-chave: Estado do Rio de Janeiro; desenvolvimento; cadeias produtivas;
flexibilidade; complexidade; localização.
ABSTRACT
The crisis of the Brazilian economy produced in the specific case of the
State of Rio a severe reduction in its economy. The reversal of this scenario is due
to the recovery of the growth capacity of the sectors that compose the state
economy, including the agricultural sector, although this sector has a small
participation in the formation of the GDP of Rio de Janeiro. This brief article seeks
to contribute to the debate on the development potential of the agricultural sector of
Rio de Janeiro, in a context of severe financial and budgetary constraints. This
leads to a valorization of public policies based on a regulatory approach aimed at
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reducing the asymmetries of information among participants of complex
productive chains, flexible and with location specificities.
Keywords: Rio de Janeiro state; development; productive chains; flexibility;
complexity; location.
INTRODUÇÃO
As dimensões da crise que a economia brasileira vivencia desde 2015, no
caso específico do Estado do Rio de Janeiro podem ser avaliadas, entre outros
indicadores, pela evolução do PIB fluminense: -2,79%, em 2015; -4,07%, em 2016;
-2,09%, em 2017. Em decorrência, o PIB estadual de R$ 623,856 bilhões de 2017
chegou a ser menor em termos nominais que o de 2013: R$ 628,226 bilhões. Em
termos reais, o PIB de 2017 foi 98,24% do de 2010.
As soluções para a reversão desse quadro passam, entre outros fatores e
condições, pela recuperação da capacidade de crescimento dos setores que
compõem a economia estadual. Nisso, por certo, inclui-se o setor agrícola, embora
este tenha uma reduzida participação na formação do PIB fluminense e,
décadas, passe por uma situação de estagnação relativa.
Este breve artigo procura contribuir para o debate sobre a ampliação do
potencial de crescimento e desenvolvimento do setor agrícola fluminense,
especialmente, no que toca à produção familiar.
Vale registrar que a recuperação do dinamismo e o desenvolvimento da
agricultura fluminense estão entre as metas do Estado do Rio de Janeiro para o
quadriênio 2019-2022, sendo demandado pelo próprio governo um debate com
setores da sociedade e do mercado, com vistas à formulação de diretrizes para
políticas públicas.
Mas numa conjuntura de severas restrições financeiras e orçamentárias, a
ênfase à oferta e à concessão de créditos subsidiados, incentivos e estímulos por
renúncia fiscal como instrumentos principais para políticas de desenvolvimento
setorial e regional deve ser cuidadosamente avaliada e revista, ao contrário do que
se dera em gestões anteriores, a propósito.

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