De forma unânime, centrais sindicais assinam carta em defesa da democracia
De forma unânime, as centrais sindicais assinaram nesta quinta-feira (28) a carta em defesa da democracia, elaborada pela Faculdade de Direito da USP e que já tem mais de 200 mil apoiadores, entre empresários, banqueiros, intelectuais e artistas. O manifesto foi assinado por CUT, Força Sindical, UGT, NCST, CSB, CTB, Pública e Intersindical Central da Classe Trabalhadora.
A carta será lançada oficialmente no dia 11 de agosto, na Faculdade de Direito da USP, na capital paulista. No mesmo dia, movimentos populares e entidades organizam atos em defesa da democracia.
As centrais sindicais afirmaram que vão participar dos atos do dia 11 de agosto e que vão mobilizar suas bases para engrossarem as manifestações. Antes desse ato, no dia 2, as entidades sindicais participarão de uma manifestação em defesa do sistema eleitoral e contra a violência política, no Senado, em Brasília.
Sem citar diretamente o presidente Jair Bolsonaro (PL) e suas recorrentes ameaças à democracia, a carta alerta sobre os riscos às instituições e diz que o país está passando por um “momento de imenso perigo para a normalidade democrática, risco às instituições da República e insinuações de desacato ao resultado das eleições”.
“Ataques infundados e desacompanhados de provas questionam a lisura do processo eleitoral e o estado democrático de direito tão duramente conquistado pela sociedade brasileira. São intoleráveis as ameaças aos demais poderes e setores da sociedade civil e a incitação à violência e à ruptura da ordem constitucional”, diz o manifesto.
A pouco mais de dois meses das eleições, os signatários defendem o sistema eleitoral brasileiro e o respeito ao resultado das urnas.
O documento é inspirado na “Carta aos Brasileiros”, lida pelo professor Goffredo da Silva Telles Junior, em agosto de 1977, para denunciar a falta de legitimidade da ditadura militar no país.
Leia abaixo a íntegra do manifesto:
“Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito!
Em agosto de 1977, em meio às comemorações do sesquicentenário de fundação dos cursos jurídicos no país, o professor Goffredo da Silva Telles Junior, mestre de todos nós, no território livre do Largo de São Francisco, leu a Carta aos Brasileiros, na qual denunciava a ilegitimidade do então governo militar e o estado de exceção em que vivíamos. Conclamava também o restabelecimento do estado de direito e a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte.
A semente plantada rendeu frutos...
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